Safra de grãos terá queda de 15,4% na Bahia, afirma IBGE

A cana-de-açúcar terá o maior crescimento em termos absolutos

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  • Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2019 às 12:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo CORREIO

A estimativa para a safra baiana de cereais, leguminosas e oleaginosas (também conhecidos como grãos) em 2019 totalizou, em março, 7.887.340 toneladas, mantendo uma queda de 15,4% em relação ao recorde de 2018 (9.323.119 toneladas), como já havia sido previsto em fevereiro. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (11) pelo IBGE.  De um mês para o outro, a previsão da safra 2019 de grãos na Bahia praticamente não se alterou, mostrando uma redução bem discreta, de 265 toneladas.

A área a ser colhida com grãos no estado, em 2019, estimada em 3.108.085 hectares (ha) continua sendo maior (+2,5%) que a de 2018 (3.033.505 ha), embora tenha sofrido uma leve redução (-0,4%) em relação ao previsto em fevereiro (3.121.505 ha). Os dados sustentam, assim, uma estimativa de redução no rendimento médio, frente ao obtido em 2018, em culturas importantes no estado como a soja (-19,4%, de 3.903 kg/ha em 2018 para 3.144 kg/ha neste ano) e o algodão (-11,6%, de 4.672 kg/ha para 4.131 kg/ha), entre outras.

Para o Brasil como um todo, a estimativa de março para a safra de grãos 2019 é de 230,1 milhões de toneladas, 1,6% maior que a de 2018 (mais 3,6 milhões de toneladas) e 0,6% superior à previsão de fevereiro (mais 1,3 milhão de toneladas). A estimativa da área a ser colhida é de 62,3 milhões de hectares, 2,3% maior que a de 2018 (mais 1,4 milhão de ha) e 0,6% maior que a estimativa de fevereiro (mais 399,4 mil ha).

As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado mensalmente pelo IBGE. O grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas (grãos) engloba os seguintes produtos: arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo, triticale, amendoim, feijão, caroço de algodão, mamona, soja e girassol.

Com as informações da estimativa de março, a Bahia mantém sua participação na produção nacional de grãos em 3,4% em 2019, enquanto em 2018 havia sido de 4,1%. O estado tem a 8ª maior contribuição. Mato Grosso deverá continuar na liderança da produção nacional de grãos neste ano, respondendo por 27,0% do total, seguido por Paraná (15,9%) e Rio Grande do Sul (14,7%).

Das 26 safras de produtos investigadas pelo LSPA na Bahia, 12 deverão ser maiores em 2019 do que em 2018, segundo a estimativa de março.

Houve ampliação dos resultados positivos em relação a fevereiro, quando a previsão era de 9 safras maiores que as de 2018. O feijão 1ª safra (+25,5%), o sorgo (+29,8%) e a mamona (+47,4%) passaram, em março, a ter estimativas de aumento na produção.

Na Bahia, as safras com previsão de maior crescimento, em termos absolutos, permanecem as de cana-de-açúcar (+900.000 toneladas ou +19,2%), mandioca (+329.925 toneladas ou +21,6%) e milho 2ª Safra (+256.200 toneladas ou +540,5%). Por outro lado, a soja (-1.308.000 toneladas ou -20,9%), o milho 1ª safra (-641.340 toneladas ou -32,7%) e a laranja (-42.500 toneladas ou -5,1%) lideram as previsões de queda.

A estimativa de produção do algodão herbáceo na Bahia aumentou 8,6% de fevereiro para março, chegando a uma previsão de 1.371.360 toneladas na safra deste ano.

O retorno das chuvas proporcionou uma recuperação da produtividade entre fevereiro e março, com um aumento de 8,7% no rendimento médio, entre os dois meses (de 3.801 kg/ha para 4.131 kg/ha). Apesar desse aumento, o rendimento da cultura ainda deverá ser 11,6% menor que o do ano passado (4.672 kg/ha).

A produção baiana de algodão em 2019 está estimada em cerca de 1,4 milhão toneladas. Deverá ficar quase 10% maior que a de 2018 (9,9%), correspondendo a 21,9% da safra a ser colhida em todo o Brasil.

A Bahia é o segundo maior produtor de algodão do país, abaixo apenas de Mato Grosso, que, com uma estimativa de safra de 4,2 milhões de toneladas, produz 67,6% de todo algodão brasileiro.

A estimativa de março para a produção nacional de algodão foi de 6,2 milhões de toneladas, 12,2% maior que a de fevereiro, chegando a um recorde da série histórica do IBGE.

Entre fevereiro e março, a Bahia teve os maiores aumentos do país nas estimativas de produção do feijão 1ª safra e 2ª safra: +85,0% e +66,1% respectivamente. Com esses crescimentos, o estado teve contribuição decisiva na melhoria das previsões nacionais para essas suas safras do produto.

Segundo as estimativas de março, a produção do feijão 1ª safra na Bahia deve chegar a 183,6 mil toneladas em 2019, 25,5% maior que a de 2018 (146,3 mil t). Já a produção do feijão 2ª safra deve chegar a 148,8 mil toneladas, quase cinco vezes maior (+478,5%) que a de 2018 (25.722 t).

A 1ª safra de feijão brasileira foi estimada, em março, em 1,4 milhão de toneladas, 8,7% superior à estimativa de fevereiro – embora ainda 9,7% menor que a de 2018. Já a previsão da 2ª safra nacional de feijão teve um aumento de 7,2% entre fevereiro e março, chegando a 1,3 milhão de toneladas, 25,8% maior que a de 2018.

Até o momento, o clima vem possibilitando o adequado desenvolvimento das lavouras da 2ª safra nos principais estados produtores.