Saiba como driblar o medo no ambiente de trabalho

Sentimento é determinante para ter bons ou maus resultados

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  • Maryanna Nascimento

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Ilustração: Morgana Lima

Quando criança, sentimos medo - seja do escuro, do monstro debaixo da cama ou de palhaços. Crescemos e ele, mesmo que não seja o mesmo da infância, não larga o nosso pé. O motivo é que o medo é uma emoção primária e pode afetar qualquer um: desde os concurseiros que estão inseguros com uma prova ou um empresário prestes a fazer um investimento. A boa notícia é que existe um lado positivo nisso tudo.

Para Meiry Kamia, palestrante, psicóloga e mestre em administração de empresas, o lado ruim do medo é que ele pode deixar os problemas muito maiores do que são. “O medo faz você se comprimir e se tornar tão pequeno que tem a sensação de que os problemas são tão grandes que você não tem força para lidar”, explica. Meiry ainda diz que isso pode ser uma resistência a sair da zona de conforto, já que não ter contato com coisas novas dá sensação de segurança.

Sendo assim, o medo pode influenciar os nossos resultados. De acordo com Alexandre Bortoletto, psicoterapeuta e  instrutor da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística, um exemplo é “o concurseiro que tem uma meta de passar em um concurso, mas, em vez de estudar, procura candidatos por vaga, pessoas reprovadas. Pega tudo o que não deveria se importar e cria representações”, diz. O segredo, nesse caso, é tentar nutrir pensamentos favoráveis que levem ao seu objetivo e não ao lado oposto.

A Life Coach Cecília Barretto chama atenção para os lados positivos desse sentimento, mas deixa claro que é preciso ter inteligência emocional. “Se eu sou consciente das minhas emoções, vou sentir o medo e dar espaço até decidir o que faço: lutar contra algo, colocar um empecilho, fugir ou ter outra atitude”. A coach exemplifica com a rotina de empresários. “Eles têm que arriscar, lidar com mudanças. Com o medo é possível se precaver, criar estratégias”.

Identifique os seus medos

Físico: Boca seca, coração palpitando e mãos suadas. O nosso corpo demonstra de diversas formas quando estamos com medo. Observe como a sua fisiologia se comporta nessas situações.

Resultados: Tinha uma prova importante, havia estudado, revisado e na hora H esqueceu de tudo? Reflita se o resultado não foi esse por causa de alguma insegurança, além dos conteúdos da prova.

Aprenda: Você nunca falou em público, mas tem medo de encarar essa situação. É possível que o medo, em vez  de ter surgido com uma experiência traumática, tenha sido ensinado por alguém (lembra do medo do Lobo Mau?)

Pensamento: Algumas pessoas têm medo de avião (mesmo sendo seguro) porque imaginam que ele cairá e todos vão morrer. Veja se o seu medo é uma criação do pensamento

Transforme o seu medo

Pense e faça: Reflita se o seu medo tem realmente chances de acontecer (perder no vestibular sem estudar). Se sim, tome iniciativas.

Medo bom: Você está prestes a escolher um novo sócio, mas tem medo de que a pessoa não seja honesta. Depois  de conversar com amigos descobre que ela realmente não é. O medo pode te ajudar a fugir de ciladas.

Pensamento positivo: Em vez  de olhar a concorrência para alimentar o seu medo de ser reprovado em uma avaliação, que tal pensar positivo? Imaginar coisas boas ajuda a ter um bom desempenho.

Sobrevivência: Atravessar a rua e olhar para os lados por medo de ser atropelado; evitar uma rua deserta à noite para não ser roubado. O medo nos ajuda a ter cautela.

Na próxima semana...Aprenda a lidar com a tristeza.