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Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2020 às 13:09
- Atualizado há 2 anos
O pedido de demissão de Sergio Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública, assim como as suas afirmações durante a entrevista coletiva que realizou, repercutiram entre as autoridades brasileiras, tanto no espectro político quanto jurídico.>
Veja alguns dos posicionamentos:>
Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) - "A Lava Jato e a luta contra a corrupção simbolizaram uma sociedade que deixou de aceitar o inaceitável. E há pessoas que gostam mais e há pessoas que gostam menos do ministro Sergio Moro, mas o fato é que ele é o simbolo deste processo histórico. E, portanto, eu acho que isso revela, como fatos já vinham revelando, um certo arrefecimento desse esforço de transformação do Brasil.">
Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - "Tudo é muito grave, a interferência na Federal, reconhecida por Moro, não ocorreu nem no auge da Lava Jato. Claramente, por negar ao presidente acesso à informação de investigações que o próprio Bolsonaro tinha interesse, o diretor-geral foi substituído. Quadro muito grave, mais triste ainda que em meio à pandemia. Conversei com deputados, alguns falando em comissão de inquérito. Agora a OAB está analisando a fala do ministro Moro, até para avaliar possíveis crimes de responsabilidade.">
Fernando Mendes, presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe) - "Causou-me surpresa a saída do Ministro Sérgio Moro do Ministério da Justiça e da Segurança Pública neste momento de crise. Apesar de o Ministério não ter relação direta com o trabalho do Poder Judiciário Federal, que é independente, esperamos que o próximo chefe da pasta mantenha uma política de Estado, focando nos grandes temas nacionais, como o combate à criminalidade organizada, à corrupção, ao enfrentamento do tráfico de drogas e armas, além de respeitar autonomia da Polícia Federal. Preocupa, principalmente, que o ministro tenha saído alegando alegando a tentativa de pressões políticas na autonomia da PF, o que é extremamente ruim para o Brasil.">
Associação Magistrados Brasileiros (AMB) - "Sua carreira na magistratura certamente contribuiu para levar ao Ministério uma visão ampla sobre o sistema de Justiça e a complexa realidade do Brasil. O Ministério da Justiça e Segurança Pública segue incumbido de lidar com importantes desafios, sobretudo neste momento de crise. Desejamos que o próximo ministro seja bem-sucedido nessa importante missão", afirmou a associação.>
Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) - "A Fenapef lamenta profundamente o pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e também a exoneração do Diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A entidade entende que o ministro Sérgio Moro cumpriu seu papel com dedicação e comprometimento, garantindo a independência da Polícia Federal durante todo o período que ocupou o cargo. Com relação a Maurício Valeixo, havia uma situação de tensão que se arrastava desde 2019, com o anúncio de sua possível saída. Ainda assim, Valeixo, um profissional sério e dedicado à Polícia Federal, manteve seu compromisso com os policiais federais até sua exoneração. Para a diretoria da entidade, independentemente de quem ocupe o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Direção-geral da PF, a Polícia Federal precisa manter sua linha de autonomia e independência nos trabalhos e investigação.">
Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef-PR) - "O Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef/PR) lamenta a exoneração do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e a demissão espontânea do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ambas ocorreram nesta sexta-feira (24/4). Apesar de notícias que anteciparam os eventos, o sindicato considera as troca de comando precoce – tanto para as operações em andamento quanto para a reestruturação interna do Órgão. Essa última estava em fase de avaliação por Maurício Valeixo e sendo conduzida com dedicação e diálogo junto às entidades representativas.">
Camilo Santana (PT), governador do Ceará - "Mais grave que a mudança no Ministério da Justiça, são os fatores alegados pelo ministro para essa mudança. Órgãos de controle e investigação como a Polícia Federal, devem estar blindados de interferências políticas e atuar sempre com autonomia e isenção, imprescindíveis numa democracia.">
Carlos Moisés (PSL), governador de Santa Catarina - "Moro é sinônimo de luta contra a corrupção, condição essencial para a construção de um melhor. Lamento. Seu trabalho sempre foi correto e ético.">
Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão - "Moro, infelizmente, confessa mais uma ilegalidade: pediu pensão ou algo similar pra aceitar um cargo em comissão. Algo nunca antes visto na história. E tal condição foi aceita ? Não posso deixar de registrar o espanto. O depoimento de Moro sobre aparelhamento político da Polícia Federal como base para o ato de exoneração do delegado Valeixo constitui forte prova em um processo de impeachment. Fico impressionado com a ingratidão de Bolsonaro. Ele jamais seria eleito presidente da República sem as ações do então juiz Moro.">
Helder Barbalho (MDB), governador do Pará - "O ministro Sergio Moro foi um grande parceiro. Com seu apoio, atravessamos crises e reduzimos a violência, que continua em queda histórica em nosso Estado. O país perde um colaborador da maior grandeza. Sucesso no novo desafio, continuaremos trabalhando pelo Pará e pelo Brasil.">
João Dória (PSDB), governador de São Paulo - "O Brasil perde muito com saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça. Moro mudou a história do País ao comandar a Lava Jato e colocar dezenas de corruptos na cadeia. Deu sinal de grandeza ao deixar a magistratura, para se doar ainda mais ao nosso País como ministro.">
Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo - "Saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça agrava muito a crise interna do gov Bolsonaro. A permanente instabilidade política mesmo em meio a pandemia fragiliza as instituições democráticas e mantém a angústia dos brasileiros. Gov Bolsonaro perde seu maior selo de qualidade. A S. Moro, obrigado pelo apoio ao ES.">
Ronaldo Caiado (DEM), governador de Goiás - "O @SF_Moro tem uma vida de grandes serviços prestados ao País na moralização e no combate à corrupção. Lamentável que essa situação tenha chegado a esse ponto.">
Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro - "Assisto com tristeza ao pedido de demissão do meu ex-colega, o Juiz Federal Sergio Moro, cujos princípios adotamos em nossa vida profissional com uma missão: o combate ao crime. Ficaria honrado com sua presença em meu governo porque aqui, vossa excelência, tem carta branca sempre.">
Alessandro Molon (PSB-RJ), deputado federal e líder do PSB na Câmara: "Está claro: Bolsonaro demitiu o chefe da Polícia Federal para frear as investigações que avançam sobre seus filhos. Ele nunca quis acabar com a corrupção. Bolsonaro só trabalha em prol da família dele e da reeleição, criando crise atrás de crise. E o Brasil? Continua sem governo. Bolsonaro apoiou sua eleição em Moro e Guedes. Com eles, vendeu a ilusão de que combateria a corrupção e melhoraria a economia. A saída de Moro mostra que o presidente não consegue sequer manter seus aliados próximos, imagine costurar saídas pra crise. Brasil sem direção!">
Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara dos Deputados - "A demissão do Ministro da Justiça Sérgio Moro é uma sinalização muito ruim à sociedade, já que ele simboliza o combate à corrupção e era um dos auxiliares mais bem avaliados do presidente Jair Bolsonaro, segundo pesquisas. À frente da pasta, conseguiu reduzir de forma importante índices de criminalidade e implantar medidas relevantes de combate à corrupção. Sua saída não só é uma perda considerável ao governo e ao país, como pode indicar uma mudança preocupante na condução dos assuntos pertinentes ao Ministério da Justiça. É lamentável que o governo, em um momento de crise como este, perca um aliado de tamanha envergadura moral”.>
Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do PT - "Moro sai ainda menor do que entrou. O falso herói contra a corrupção protegeu os corruptos da família Bolsonaro e jamais defendeu democracia ameaçada pelo chefe. Sai humilhado depois de fazer o serviço sujo. Uma pergunta o perseguirá: Cadê o Queiroz, Sergio Moro?">
Joice Hasselmann (PSL-SP), deputada federal - "Dá vontade de chorar ao ver a coletiva de @SF_Moro. O PR @jairbolsonaro foi CANALHA com o ministro que representa o combate à corrupção. Bolsonaro TRAIU MORO TBM. Ele quer uma PF que cometa CRIMES, que passe informações sigilosas pra ele, que salve seus filhos da cadeia.">
Léo Moraes (Podemos-RO), deputado, líder do Podemos na Câmara - "Sergio Moro foi um verdadeiro titã e, pelos serviços prestados, já deixou marca inapagável na história institucional do país. O preço de uma sociedade mais justa é a luta permanente. Estamos certos que Sérgio Moro continuará esse bom combate, agora em outra esfera. De nossa parte, esperamos e estaremos atentos para que as mudanças não coloquem em risco os avanços obtidos e que o Brasil seja um país mais igual e justo.">
Partido Novo - "O combate à corrupção sempre norteou a atuação do NOVO na Câmara. Ter um profissional técnico e experiente como Sérgio Moro à frente do Ministério da Justiça dava tranquilidade à população brasileira de que este também seria um compromisso do governo. No entanto, a falta de autonomia para profissional do gabarito de Moro, reconhecido internacionalmente por conduzir a maior operação de combate à corrupção da história, a Lava Jato, é temerária. Quem perde com a saída de Moro da pasta é o Brasil.">