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Carol Neves
Publicado em 11 de outubro de 2020 às 16:00
- Atualizado há 2 anos
Quando a publicitária Flávia Politano, 32 anos, começou a assinar a Netflix, o streaming era uma novidade. A gigante americana chegou ao Brasil em 2011 e reinou sozinha no mercado por um bom tempo, mas as concorrentes foram desembarcando – e hoje são tantas que deixam os consumidores em dúvida sobre quais serviços devem escolher. “Foi ficando meio pesado (financeiramente)”, diz ela.>
Com seus anos de frente, a Netflix conquistou um público cativo e também consegue oferecer um serviço com mais opções (está, por exemplo, na maioria das smarTVs e consoles), faz um pouquinho de tudo, além de ter um aplicativo mais azeitado. Pode parecer pouco, mas não é. A experiência com menos atrito para conseguir assistir acaba superando queixas de catálogo. “Para mim, a Netflix ainda tem o melhor pacote, se for considerar preço, opções e os aplicativos”, avalia a universitária Catiele Moraes, 28 anos.>
Os consumidores usam algumas estratégias para tentar aproveitar mais opções, como dividir planos com parentes. “Eu combinei com as pessoas da minha família que cada um assina um. A Amazon (Prime Video) quem assina é meu cunhado, com meu irmão. Quem assina Globoplay é uma tia minha, que usa minha Netflix também. Isso facilitou”, explica Flávia.>
Já Catiele costuma fazer assinaturas rápidas para assistir algo específico e depois cancelar, o que é fácil em boa parte das plataformas. “Assinei a HBO só para ver a última temporada de Game of Thrones e depois saí”, conta. “Também quando estou em uma fase com muita coisa para fazer na faculdade e sei que não vou aproveitar eu gosto de cancelar e volto quando tenho mais tempo”. Outra facilidade é para quem assina pacotes com os canais na TV a cabo e pode usar "de graça" apps como HBO, Telecine Play e Net Now.>
Na hora de escolher qual serviço vai ficar para valer, muita coisa entra na conta. A Amazon é “super barata”, diz Flávia. A Netflix é “boa e pega em tudo”. A HBO chama atenção pelo catálogo, mas deixa a desejar no app. Dá para ver na TV sem ajuda de outro gadget? Oferece perfis separados? A interface é fácil e intuitiva? Tem alguma série que eu amo? Tudo vai sendo colocado na balança. >
Preço e aplicativos são, portanto, muito importantes na hora de se decidir por um serviço de streaming. Mas o mais relevante, e subjetivo, é o catálogo. Como saber qual melhor serviço de streaming para seu perfil? >
TENHO CRIANÇAS EM CASA Para quem tem filhos, hoje, a escolha preferencial é a Netflix (a partir de R$ 21,90/mês), que permite criar um perfil com classificação etária e traz boas opções para crianças. O Looke (a partir de R$ 16,90/mês), que mistura opções de mensalidade e aluguel por título, também tem um catálogo infantil robusto. A partir de 17 de novembro, um concorrente de peso para esse público desembarca no Brasil: a Disney+, que chega com seu catálogo gigante e famoso. O preço ainda não foi divulgado oficialmente. Bob Sponja Fora D'Água está na Netflix, que permite perfil infantil (Foto: Reprodução) SOU CINÉFILO Todos os grandes serviços de streaming ofertam filmes – alguns, como a Netflix, têm investido mais em conteúdo próprio. O que tem mais variedade e longas recentes é o Telecine Play (R$ 37,90/mês). Para quem gosta de filmes de arte, o Mubi (R$ 27.90/mês ou R$ 16,90 para estudantes) é uma boa recomendação. Só que o serviço é diferente: uma seleção de títulos fica disponível por 30 dias e de mês em mês o catálogo é renovado. Outra opção nessa linha é o Belas Artes à La Carte (R$ 9,90/mês ou por aluguel), que traz filmes cult e clássicos que têm menos espaço nas grandes plataformas. O Prime Video (R$ 9,90/mês) ampliou o seu catálogo com a inclusão de canais, como MGM e Paramount – mas a assinatura de cada um é um valor a mais. Vencedor do último Oscar, Parasita está no Telecine (Foto: Divulgação) SOU SERIEMANÍACO Uma boa notícia para quem ama séries: nunca se fez tanto seriado! Até o Facebook produz séries originais. A má notícia: é impossível dar conta de tudo e, muito menos, assinar todos os serviços de streaming. A escolha é cruel. Em questão de qualidade, a HBO GO (R$ 34,90/mês) ainda se destaca (duas das grandes vencedoras do último Emmy, Watchmen e Sucession, estão lá). Além disso, está disponível on-line todo seu acervo com clássicos, como Sopranos e The Wire, e os bons lançamentos não param – agora, por exemplo, dá para acompanhar semana a semana a minissérie Pátria e o sucesso Lovecraft Country. A Netflix muitas vezes investe mais em quantidade que qualidade, mas ganha pontos pelo conjunto do pacote. Watchmen, destaque no Emmy, está na HBO (Foto: Divulgação) AMO ANIMES A solução perfeita é o Crunchyroll (gratuito com propagandas ou a partir de R$ 25/mês), que tem mais de mil desenhos japoneses. Dá para assistir dublado ou legendado – para quem paga, alguns episódios são disponibilizados em até uma hora após o lançamento no Japão. Nos serviços maiores, o Prime e a Netflix também têm catálogos com alguns títulos relevantes de anime – essa última oferece também os famosos filmes do estúdio Ghibli. One Piece, um dos animais mais longevos e de sucesso (Crunchyroll) AMO TERROR É bem específico, mas existe também uma opção só para os fãs do gênero. O streaming brasileiro Darkflix (R$ 9,90/mês) foi lançado em 2019 só com filmes e séries de terror. O catálogo gira sempre em torno de 600 filmes e 300 episódios de séries de vários países. Há documentários, curtas, animações, séries, todos na área de fantasia, terror, ficção científica e afins. O site e o app têm menos recursos (não dá para alterar resolução ou assistir offline, por exemplo), mas se você é muito fã de terror vale experimentar. A Netflix também investe no gênero – preparou para esse mês de outubro a entrada de vários títulos, incluindo as adaptações dos clássicos It: A Coisa e Cemitério Maldito, para um especial de Halloween. It: A Coisa faz parte de estreias do Halloween na Netflix (Foto: Divulgação) MEU NEGÓCIO É NOVELA Se esse é seu caso, é essencial ter a Globoplay (R$ 22,90). Todas as novelas atuais da Rede Globo estão disponíveis lá e eles têm recuperado trabalhos antigos. Em maio, quando anunciou a intenção de relançar tramas do seu acervo, o serviço tinha 91 novelas disponíveis, mas a maioria era de produções recentes – de 2010 para cá. A ideia é colocar no ar uma novela antiga na Globoplay a cada duas semanas. Começaram com A Favorita (2008), Tieta (1989), Explode Coração (1995) e Meu Bem, Meu Mal (1990). Outra opção é a Netflix, que tem disponível algumas novelas da Record e também opções de outros países, como Turquia, Colômbia e México (infelizmente nenhuma das clássicas com Thalia). Meu Bem, Meu Mal entrou na Globoplay (Foto: Divulgação) APAIXONADO POR ESPORTES Série documental Six Dreams acompanha personagens de La Liga (Prime Video) Esporte é um mundo à parte e também em crescimento no streaming. Para quem gosta de documentários sobre o tema, o Prime Video e a Netflix têm investido no filão. Já para acompanhar ao vivo, há opções como o Premiere (R$ 79,90/mês), que é o mais completo e o mais salgado para fãs de futebol, e EI Plus (R$ 19,90/mês). Outra possibilidade é o Dazn (R$ 19,90), que traz também outras modalidades, como basquete e tênis, entre outros.>