Sair da pandemia não será tão ‘fácil’ como queremos

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 4 de dezembro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou na sexta-feira (3) que todos os países do mundo devem se preparar para um aumento de casos de covid causados pela variante Ômicron, detectada pela primeira vez na África do Sul. A nova cepa já foi identificada em mais de 30 países e pelo quatro deles - Espanha, EUA, Reino Unido e Austrália - já enfrentam transmissões comunitárias. A ômicron chega num momento em que as pessoas, em boa parte dos continentes, já estava em momentos diferentes de uma reabertura. Na Europa e Estados Unidos, o uso de máscaras em locais abertos já não era obrigatório e havia traços de uma vida quase normal. No Brasil, festas de réveillon e Carnaval já estavam - e algumas ainda estão - certas, incluindo algumas de rua. Mas o SarsCov2 e suas mutações estão mostrando que superar a pandemia não vai ser tão ‘fácil’ assim. Lá em março de 2020, quando a OMS declarou que vivíamos uma pandemia, muita gente achava que talvez em três ou quatro meses, no máximo, tudo voltaria a ser como era antes. Algumas decisões, um procedimento médica não-urgente, poderiam esperar acabar a pandemia, só por precaução.  O tempo e a ciência foram mostrando porque os vírus são organismos tão complexos - não na sua composição, mas em sua capacidade de adaptação e mutação. O mundo foi apresentando aos conceitos de cepa ou variante, proteína spike, vacina RNA, entre outros. Com o crescimento da vacinação, a sensação era de que poderíamos voltar à normalidade, quem sabe, em 2022. Estudar e trabalhar fora de casa, frequentar festivais de música, viajar, cumprimentar ‘estranhos’ com dois beijinhos e compartilhar experiências. Esqueceram de avisar ao vírus. A fragilidade humana e da nossa economia, a desigualdade social no mundo e os diferentes entendimentos sobre a importância da vacinação deixarão a pandemia em ciclos caso não haja mudanças. Apesar de os registros já mostrarem um primeiro caso na Holanda, a ômicron foi descoberta na África do Sul e está ficando marcada como a ‘variante africana’. A maior preocupação das autoridades do país é com a baixa cobertura vacinal, que está atualmente em 36%, de acordo com o Departamento de Saúde. O temor é de que mais variantes surjam em um cenário de baixa vacinação e alta transmissão do vírus. Enquanto a vacinação já passa dos 50% em quase todos os outros continentes - América do Sul (56%), América do Norte (54%), Europa (58%), Ásia (48%) e Oceania (54%) -, na África ela está em 7%.  Se o nome é pandemia, ela está em todo o planeta. Sem que o vírus seja eliminado, ou ao menos tenha sua dissipação reduzida, em todos os continentes, o mundo sempre estará à beira de um novo caos.]

Boate Kiss: julgamento de acusados tem testemunhos fortes de vítimas Começou na manhã de quarta-feira (1º), em Porto Alegre, o julgamento de quatro réus do caso Boate Kiss. Eles respondem pela morte de 242 pessoas no incêndio que também deixou 636 feridos em Santa Maria (RS), em janeiro de 2013. Os trabalhos tiveram início com a escolha dos sete jurados que ao fim do julgamento deverão proferir o veredicto sobre o caso. Na chegada ao tribunal, um dos réus disse não ser "assassino".

Estão no banco dos réus os dois sócios da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, além do músico Marcelo de Jesus dos Santos e do produtor Luciano Bonilha. Todos eles são acusados pelas mortes na boate.

No mesmo dia, ocorreu também o início dos depoimentos de sobreviventes do incêndio sobre as circunstâncias em que as chamas começaram e como o fogo se propagou na casa noturna após o uso de materiais pirotécnicos pelo grupo musical que se apresentava na ocasião.

A segunda sobrevivente a depor foi Kelen Giovana Leite Ferreira, que teve 18% do corpo queimado e  parte de uma perna amputada em razão dos ferimentos sofridos. O depoimento dela foi um dos mais fortes. “A última vez que eu corri foi para tentar me salvar da morte. (...) Dor não é gravar um vídeo e chorar. Dor é passar esses oito, quase nove anos, o que eu passei lá dentro, o que eu passo na minha pele, o que eu passo andando na prótese, machuca. Isso é dor. Dor é quando eu olhei muito tempo no espelho e chorei por ter ficado assim”, falou, emocionada. O julgamento deve durar ainda mais uma semana, ao menos.

Novo ministro do STF Segunda indicação do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça vai assumir uma cadeira na Corte como o ministro que mais teve votos contrários no Senado. O placar de 47 a 32 ficou abaixo da expectativa de aliados do ex-ministro da Justiça, apenas seis a mais do que ele precisava para ser aprovado. Ele será empossado no dia 16 de dezembro na vaga deixada por Marco Aurélio Mello. Ao Senado, Mendonça acenou a pautas progressistas, como casamento gay, e descartou agir em nome dos evangélicos. Bolsonaro comemorou a aprovação: “São dois ministros que representam, em tese, 20% daquilo que nós gostaríamos que fosse decidido e votado”, disse, se referindo também a seu primeiro indicado, Kássio Marques Nunes.

Bolsonaro é do PL Após dois anos sem partido e meses de tratativas, o presidente Jair Bolsonaro selou na última terça-feira (30) sua volta ao Centrão ao se filiar ao Partido Liberal (PL) pelas mãos do ex-deputado Valdemar Costa Neto, presidente da sigla que foi condenado e preso por corrupção e lavagem de dinheiro no mensalão. Trata-se da oitava troca de partido feita por Bolsonaro desde o início de sua carreira política. O ingresso no PL consolida a ruptura com o discurso que o elegeu em 2018, mas visa fortalecer o presidente, que enfrenta queda na popularidade e tentará a reeleição no ano que vem. Com a filiação, Bolsonaro terá mais estrutura, tempo de TV e recursos para a campanha do que teve na disputa anterior, pelo PSL.

***Suas inventividades foram molas geradoras dos blocos afro na cidade de Salvador. Sem ele não existiria o Axé Music que nós vivenciamos. Ele viu e escreveu tudo primeiro - Carlinhos Brown, multiinstrumentista e compositor baiano, sobre Paulinho Camafeu, que morreu na última segunda-feira (29), cinco dias após sofrer um infarto