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Salvador Capital Afro: Centro Histórico recebe festival inédito voltado à cultura afro

Com programação gratuita até domingo (4), evento visa tornar cidade referência em afroturismo

  • D
  • Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2022 às 16:44

. Crédito: Lucas Moura/Secom

Com frentes de atuação em políticas públicas antirracistas, afroempreendedorismo e afroturismo, o Festival Salvador Capital Afro, no Centro Histórico, é a cereja do bolo do movimento de mesmo nome que busca projetar a cidade como destino em referência nacional e internacional no turismo afro. Durante a abertura do evento, nesta quarta-feira (30), no Cine Metha Glauber Rocha, o prefeito Bruno Reis exaltou a importância da herança africana para Salvador. 

“Nós somos uma cidade que tem uma característica que, talvez, nenhuma outra no mundo tenha, que é o modo de ser do seu povo. [...] Por isso que a gente diz que essa cidade tem alma”, destacou o prefeito. “Nós estamos hoje, aqui, dando mais um passo dentro dessa nossa estratégia de construir uma cidade mais justa, menos desigual e mais inclusiva”, acrescentou ele. 

Até este domingo (4), serão cinco dias de experiências, com o objetivo de conectar o público e fortalecer a economia criativa, a música, o audiovisual, o afroturismo e políticas antirracistas. O festival conta com shows, apresentações de experiências e manifestações artísticas locais e proporciona ações de relacionamento e diálogo nas esferas da política pública, econômica, educacional e cultural, visando alavancar o afroempreendedorismo e o fortalecimento do trade turístico afro. 

Ao lado de Bruno Reis no ato de abertura, a secretária municipal de Reparação (Semur), Ivete Sacramento, afirmou que a iniciativa, inédita, é uma resposta a um processo histórico de afastamento do povo negro em relação ao segmento turístico. “Esse ‘Salvador Capital Afro’ vem resgatar essa potencialidade econômica dos atores do turismo étnico da cidade”, declarou Sacramento. 

Trabalhando com turismo há dez anos, a guia Sayuri Koshima acredita que todo o turismo na capital esteja relacionado à herança africana. “O turista vem atrás do Olodum, da moqueca, do acarajé, do axé music. A diferença de você ter um turismo ‘normal’ e um turismo afrocentrado é o protagonismo; é você contar as histórias negras”, explicou Sayuri. “Você vai contar [ao turista] que o acarajé vem de uma tradição das ganhadeiras, que ele também é oferecido pra Iansã”, exemplificou ela. 

Primeiro painel 

No primeiro painel, a partir das 11h, a jornalista Rita Batista mediou uma conversa entre Oilda Rejane, coordenadora do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI); Judith Morrison, responsável pela Divisão de Gênero e Diversidade do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Aládia Araújo, coordenadora de Comunicação e Projetos na Coordenadoria Executiva de Promoção da Igualdade Racial da cidade do Rio de Janeiro; a socióloga Helena Oliveira; e o professor doutor Helio Santos. 

Intitulado ‘Cidades Antirracistas’, o painel teve como objetivo propor caminhos práticos para o desenvolvimento de políticas de inclusão e combate às desigualdades oriundas do racismo. Precursor do sistema de cotas para negros nas universidades, nos anos 1990, Helio Santos ressaltou o impacto do racismo sistêmico sobre essas pessoas. “Eu penso no racismo sistêmico porque esse me remete ao que me interessa, que são as políticas públicas”, disse o professor. “Eu não quero mais bandeide para cuidar de fraturas expostas”, frisou ele.

As inscrições no Festival Salvador Capital Afro são gratuitas e podem ser feitas pelo site salvadordabahia.com/capitalafro, no qual também está disponível toda a programação dos cinco dias de evento.