Salvador mais rápida: corredor viário da primeira etapa do BRT é inaugurado pela Prefeitura

Cerimônia de inauguração aconteceu na manhã desta quarta-feira (30), na Avenida Juracy Magalhães Júnior

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  • Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2020 às 15:10

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Em um dos últimos atos do seu mandato, o prefeito de Salvador, ACM Neto inaugurou, na manhã desta quarta-feira (30), o corredor viário da primeira etapa do sistema BRT, localizado na Avenida Juracy Magalhães Júnior. A obra, que faz parte de uma série de interferências no sistema urbano soteropolitano, promete trazer mais fluidez ao trânsito da região, extinguindo a maioria dos congestionamentos nas áreas próximas à Avenida ACM. 

O corredor viário é composto por um via expressa que se inicia nas proximidades do Shopping da Bahia e segue até a região do Parque da Cidade. Com três faixas e três elevados para a circulação de veículos nesse sentido, ao longo de 2,79 km de extensão, a obra irá desafogar o trânsito tradicionalmente intenso na região. Também compõe o corredor uma via marginal constituída por três faixas de tráfego, duas paradas de ônibus, um acesso para a via expressa e dois retornos. Para os pedestres, o corredor oferece duas passarelas, uma na região do Iguatemi e outra no Hospital Teresa de Lisieux, além de ciclovia.

Já no sentido contrário, que se inicia na Avenida Juracy Magalhães Júnior e finaliza na Avenida ACM, são três faixas e dois elevados para o tráfego de automóveis, ao longo de seus 2,84 km de extensão. Este trecho possui via marginal constituída por três faixas de tráfego, quatro paradas de ônibus e dois retornos. 

“Era um problema histórico de Salvador. O BRT é muito mais que apenas uma solução de transporte, é uma solução de mobilidade com diversos aspectos como o viário e o de infraestrutura. Também temos uma nova expectativa de drenagem em toda essa região. Não nos preocupamos apenas com isso, também levamos bastante em conta a questão do paisagismo, a presença do verde neste equipamento, para fazer com que esta obra seja arborizada. Não queremos que ela seja algo árido. Em poucos meses, esse ambiente será bastante verde”, afirmou ACM Neto em entrevista coletiva na inauguração.

De acordo com o prefeito, algumas intervenções complementares ainda estão sendo feitas, como em algumas das marginais do corredor viário e na Avenida Tancredo Neves, que deverão ser entregues no início de 2021. Neto também fez questão de ressaltar que o projeto do BRT começou ainda no primeiro ano de sua gestão, e o classificou como um dos maiores desafios de seus dois mandatos, especialmente por conta das dificuldades orçamentárias devido às gestões anteriores da capital baiana. 

“Todos lembram a situação de Salvador há oito anos atrás. Tudo parecia quase impossível para a nossa cidade, até os desafios pequenos pareciam coisas impensáveis. Ninguém acreditava que a prefeitura, por conta própria, poderia fazer um grande projeto de mobilidade. Naquela época, a prefeitura não conseguia fazer nem a manutenção dos semáforos de Salvador. A cidade era refém do trânsito, tinha uma política que priorizava o transporte individual e esquecia o transporte coletivo, sem contar a falta de investimentos em infraestrutura, em mobilidade e tecnologia, que resultaram numa cidade completamente travada. Era insuportável, e não havia perspectivas de melhora”, relembrou Neto.

O gestor também relatou as dificuldades enfrentadas pelo projeto do BRT, como perseguições políticas, entraves para o licenciamento, judicialização, atrasos do governo federal e a “torcida” dos órgãos estaduais contra o sucesso da obra, além de fatores externos como a alta quantidade de chuvas e a pandemia da covid-19. Apesar das comemorações pela inauguração da primeira fase, Neto manteve a parcimônia, reafirmando que os impactos reais da nova estrutura só poderão ser mensurados ao longo dos próximos anos. 

“Quantas vezes nós vimos engarrafamentos que iam lá da região do Shopping da Bahia até o Lucaia. A gente ficava preso no trânsito, sem ter o que fazer, sem ter para onde ir. A partir de agora, as coisas vão melhorar, mas não posso deixar fazer um apelo às pessoas para que elas tenham compreensão pois ainda existem as obras das intervenções complementares, que são importantes, e que por enquanto ainda teremos alguns problemas de retenção nesta região. Infelizmente, essas obras deveriam ter sido feitas antes do crescimento da região, nossa gestão acabou tendo que correr atrás do prejuízo. Estamos desatando nós históricos”, complementou o prefeito. “Sei que muita gente fica 'tiririca' da vida quando fica preso no trânsito. Peço que tenham paciência comigo, com o novo prefeito Bruno Reis, com os novos nomes responsáveis por estas grande obras que irão resolver problemas históricos. Então, por favor, poupem as mães, tá certo? Tenham pena delas”, afirmou ACM Neto entre risos. Outras etapas O prefeito também comentou sobre a segunda e a terceira etapa do sistema BRT. De acordo com o gestor, a terceira etapa, que irá em direção à orla, já encontra-se visível e algumas retenções no trânsito da região poderão ser causadas por conta de seu andamento. Já a segunda etapa, que será na região da Avenida Vasco da Gama, também irá necessitar de compreensão dos cidadãos soteropolitanos. 

“Queremos ligar Salvador de maneira expressa. Que as pessoas saiam da Estação da Lapa e vão até a Avenida Paralela sem dificuldades, através de um sistema moderno, mais rápido, e o BRT faz tudo isso. Queremos também que os motoristas possam sair de carro da Avenida Garibaldi e cheguem até a Avenida Paralela de maneira expressa, sem semáforos. Queremos que os ciclistas tenham também opções para se deslocar nestes trechos, através das ciclovias, e, é claro, acabar com os problemas dos alagamentos na região”, finalizou. 

A etapa um do BRT tem 2,9 km de extensão e faz a ligação entre o Loteamento Cidade Jardim (Parque da Cidade) e a região do Shopping da Bahia (Estação de Integração BRT/Metrô).  A etapa dois do projeto irá ligar a Estação da Lapa à região do Parque da Cidade, enquanto a etapa três  vai seguir até a região da Pituba. O investimento total do projeto é de R$ 213 milhões, com recursos levantados através de financiamento junto à Caixa Econômica Federal. 

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