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Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2019 às 19:33
- Atualizado há 2 anos
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) recebeu 305 notificações de animais suspeitos de esporotricose, doença que pode acometer animais e seres humanos. Desse total, 79 foram confirmados pela equipe de veterinários do órgão. Os casos foram notificados entre janeiro a abril desse ano. No mesmo período, a Secretaria Municipal da Saúde notificou 25 casos humanos. >
Em 2018, foram registrados 56 casos suspeitos de esporotricose em humanos, dos quais 29 foram confirmados. Em animais, no ano passado foram notificados 289 suspeitos, sendo 141 confirmados. A doença, transmitida pelo fungo Sporothrix, encontrado principalmente em solos e folhagens, é uma micose que atinge bichos e pessoas. Os sintomas são feridas que, se não forem cuidadas, podem evoluir e, em alguns raros casos, levar à morte. >
Para evitar o avanço da esporotricose, agentes de combate às endemias, veterinários e biólogos do CCZ estão intensificando a busca ativa de animais com sintomas da doença, bem como, promovendo atividades educativas nos postos de saúde e escolas para alertar a população sobre medidas preventivas contra a doença.>
“Como detectamos muito rapidamente a presença do fungo em Salvador, estamos avançando com as medidas de controle na cidade. O trabalho intenso das equipes de campo é justamente para podermos identificar e tratar os animais com a micose e evitar que pessoas sejam acometida na capital”, destacou Aroldo Carneiro, veterinário do CCZ.>
Micose subcutânea causada pelo fungo do gênero Sporothrix, a esporotricose afeta a pele e os vasos linfáticos próximos a ela, mas pode também acometer ossos, pulmão e articulações. O fungo pode ser encontrado naturalmente na terra, na matéria orgânica e nos vegetais, e quando a pessoa se fura com um espinho pode se infectar. O gato ao ter contato com o fungo no ambiente pode se infectar e transmitir para outros gatos ou pessoas através de mordeduras, arranhaduras ou contato com as feridas na pele.>
A Prefeitura de Salvador oferta o atendimento veterinário aos animais com suspeita da doença, realizando o exame para diagnóstico. Caso a doença seja confirmada, o dono do pet recebe as orientações necessárias de como proceder e prescrição para o tratamento. Em casos de seres humanos, o paciente deverá se consultar com um médico, de preferência infectologista, para o diagnóstico e tratamento sejam feitos corretamente. A esporotricose é uma micose benigna e tem tratamento para seres humanos e animais.>
Mas, como é que pega essa doença? De acordo com a doutora em veterinária e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Nadia Rossi de Almeida, a transmissão para humanos acontece através das arranhões e mordidas de bichos e, por isso, é comum atingir mãos de adultos e rostos de crianças. Ela, que monitora a doença, diz ainda que, embora raro, a esporotricose também atinge cães e ratos - a carga de fungo contudo é maior em gatos. >