Salvador registra madrugada mais fria do ano: 'Me sentindo em Belarus'

Termômetros na capital baiana chegaram a marcar ‘congelantes’ 20,8ºC

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  • Gabriel Moura

Publicado em 17 de julho de 2020 às 13:21

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Tirando sulistas e baianos que passam 15 dias na Europa e voltam dizendo que não faz frio em Salvador, boa parte dos residentes de capital baiana se viram obrigados a tirar o casaco empoeirado do armário para se agasalhar. Não era para menos. Afinal, os 'congelantes' 20,8ºC registrados às 5h desta sexta-feira (17) transformaram essa na mais fria madrugada soteropolitana de 2020.

"Tá muito frio. Nunca usei calça em casa e tive que apelar hoje. Só que depois percebi que não foi o bastante e precisei usar calça e coberta. Estou me sentindo em Belarus", narra o estudante João Gabriel, de 19 anos, citando o país do Leste Europeu que agora, no verão, vê a máxima chegar a 22ºC na capital Minsk.

João precisou tirar o look inverno do armário (Foto: Acervo Pessoal)

Essa, como diria o ministro interino da Saúde Eduardo Pazuello, ligação do inverno baiano com o Hemisfério Norte também foi sentida em outras cidades. Vitória da Conquista registrou 15,4ºC, enquanto Piatã experimentou  13,9ºC. Mas o recorde ficou em Correntina, no Oeste do estado, com incríveis 10,5ºC.

A meteorologista do Inmet Cláudia Valéria Silva explica que essas temperaturas são normais durante o inverno em Salvador.  Para efeito de comparação, em 2017 foram registrados incríveis 17,6ºC na capital baiana. “O que ocorreu hoje foi a soma do inverno, que já é naturalmente a estação mais fria em Salvador, com a chuva e um vento vindo do Sul e Sudeste”, detalha. 

E os friorentos que se preparem pois a previsão é de que o fim de semana inteiro seja assim, com chuva e temperatura entre 21ºC e 27ºC.

Falta de destreza
Desacostumados com o frio, baianos não souberam muito bem como lidar com a temperatura incomum. 

Chocolate quente? Que nada. Teve até gente se valendo da máxima matemática de que “menos com menos dá mais” e resolveram botar mais gelo pra dentro.

Os mais desesperados cogitaram até se mudar para ter o calor de volta

Agravantes

Para piorar a situação, por razões de isolamento social os baianos não puderam pôr em prática aquela fantasia de abandonar o cobertor, casaco (e todas as roupas) e ir se agasalhar com o crush. "É triste ficar nesse frio sem ninguém, sabe? Em condições normais o frio doeria mais, mas agora, sem beijar uma boca há 100 dias, a carência está matando", desabafa o estudante João Gabriel.

Em meio a tanta situação precária reunida, há apenas uma resposta certa do que se fazer: