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Patrocinado pela Prefeitura, local deverá ser entregue para visitação em dezembro deste ano
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2018 às 09:02
- Atualizado há um ano
Salvador ganhará em dezembro o Centro de Referência da Igreja Católica do Brasil, que funcionará no Palácio Arquiepiscopal de Salvador, na Praça da Sé, Pelourinho. Gerido pela Arquidiocese de São Salvador, o edifício - que possui três pavimentos e um porão - passará a ser um equipamento de cultura e meditação. O espaço abrigará exposições temporárias e viabilizará o compartilhamento de conhecimentos com acervo museográfico e expográfico. A reforma do espaço está sendo feita com apoio da Prefeitura Municipal de Salvador.
Para a execução desse projeto, a Prefeitura investiu R$510 mil em patrocínio. A realização da requalificação do Palácio Arquiepiscopal, executada pela Arquidiocese de Salvador, está sendo finalizada. Até dezembro, o Centro de Referência da Igreja Católica do Brasil também deverá ser concluído e entregue ao público.
Em função do investimento, o município terá diversas contrapartidas, a exemplo da composição de um conselho curador do memorial, que irá definir as políticas e regras de funcionamento do equipamento, além da garantia da participação gratuita de alunos da rede municipal em visitações.
O térreo do centro, além do espaço receptivo, será ocupado com o Laboratório de Conservação e Restauração Reitor Eugênio Veiga (LEV), que contará com um espaço dedicado à pesquisa. O laboratório, que atualmente se encontra na Universidade Católica de Salvador, tem como missão restaurar, preservar, pesquisar e difundir o acervo documental da Igreja Católica.
O segundo andar do edifício será destinado à exposição de longa duração “A Igreja e a formação do Brasil“, composta por elementos próprios e de bens históricos remanescentes de outros edifícios religiosos, como a antiga Catedral da Sé. A exposição tem como premissa revelar e acentuar distintas perspectivas do processo de formação da sociedade, que se confunde com a história da Igreja Católica na América. Cada ambiente apresenta um pilar que sustenta a história do pensamento e da cultura católica no Brasil: a terra nova, a criação do bispado, cultura, devoção, ofícios e os tesouros a Sé.
Outro pavimento abrigará o centro administrativo da igreja, onde também serão realizados eventos religiosos e exposições temporárias. A proposta é que esse pavimento também seja aberto à visitação do público, possibilitando acesso ao mobiliário histórico, que inclui o arcaz da antiga Sé, a galeria dos bispos e arcebispos da Bahia e um espaço dedicado ao Arcebispo Sebastião Monteiro da Vide – arcebispo de Salvador à época da construção e responsável pelo primeiro documento que regulava a vida religiosa na colônia. A sala do Arcebispo e sua capela estarão ocasionalmente abertas à visitação.
Apesar das salas expositivas possuírem certa autonomia de conteúdo em relação ao todo, a exposição possui um percurso definido, tecendo as narrativas sustentadas por acontecimentos de ordem cronológica e simbólica. O trajeto será acompanhado por um monitor devidamente treinado, responsável pelo auxílio e mediação desse conteúdo, ampliando o diálogo das questões suscitadas ao longo do percurso. Além das legendas e das fichas técnicas tradicionais do acervo, parte do mobiliário e dos objetos vão conter uma breve contextualização histórica e estética, agregando outras camadas de sentido ao acervo.
O Palácio Arquiepiscopal foi construído na primeira metade do século XVII. O local foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938.O próprio edifício também é parte da exposição de longa duração. Para preservar as estruturas básicas do bem, o espaço será utilizada sem novas divisórias ou paredes internas.
Outras ações da prefeitura também são voltadas para o setor religioso a exemplo do Corredor da Fé, cujo projeto está em andamento. A proposta cria um corredor exclusivo para devotos do Senhor do Bonfim, ligando o Memorial de Irmã Dulce (Largo de Roma) à Basílica do Bonfim (Bonfim). As obras na Colina Sagrada já foram iniciadas, e o investimento é de R$11,5 milhões, potencializando o caráter simbólico da Basílica de Nosso Senhor do Bonfim, estimulando o turismo religioso dentro do projeto da Prefeitura de implantação do Caminho da Fé, que começa no Memorial Irmã Dulce.