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Donaldson Gomes
Publicado em 4 de setembro de 2019 às 16:45
- Atualizado há 2 anos
O caminho é longo, as projeções são para o médio prazo, entretanto, há poucas dúvidas em relação à trajetória que será traçada para o turismo de eventos em Salvador a partir de dezembro, quando forem concluídas as obras de implantação do Centro de Convenções de Salvador. A multinacional francesa GL Events, empresa que venceu a licitação para operar o espaço pelos próximos 25 anos, acredita que a capital baiana vai retomar a terceira posição na captação de grandes eventos corporativos, com potencial para brigar com o Rio de Janeiro na disputa pelo segundo lugar. São Paulo deve permancer como a líder do ranking.>
Segundo a direção da empresa, o acordo prevê dois repasses de R$ 5 milhões para a prefeitura, a título de outorga, além de pagamentos anuais correspondentes a 5% do faturamento bruto com a operação do local, a partir do 6º ano de contrato. “Além disso tudo, existe uma obrigação de investimento da concessionária estabelecida pelo município em R$ 14 milhões, que ainda estamos consolidando. Mas o importante é ressaltar que este volume de recursos que estamos nos comprometendo a investir demonstra o nosso nível de compromisso com Salvador”, destaca o diretor de desenvolvimento de negócios da GL Events, Rodolfo Andrade.>
A previsão da empresa é que o contrato de concessão com a prefeitura seja assinado nos próximos dias. O Centro de Convenções de Salvador está sendo preparado para abrigar até 14 mil pessoas, em até 56 áreas distintas e deve ser inaugurado até o final deste ano. “Nós acreditamos muito no equipamento que está sendo construído, mas, sobretudo, acreditamos demais no potencial do destino”, explica Andrade.>
Ele crê que a construção do centro de convenções municipal vai fazer a cidade retomar a sua vocação para a recepção de grandes congressos, convenções e eventos de natureza corporativa. “Podemos trabalhar com grandes feiras também, mas este é um mercado bastante concentrado em São Paulo”, diz. Citando dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ele conta que 75% dos eventos do tipo na América Latina acontecem na capital paulista. “Em Salvador, antes mesmo da conclusão da obra, já temos uma forte demanda comercial pelo espaço para convenções”, comemora.>
Rodolfo Andrade acredita, ainda, que a agenda do espaço estará consolidada entre três e quatro anos. “Existe um prazo necessário para o alinhamento às agendas dos grandes eventos, que são anuais ou bienais e são projetados com alguma antecedência”, explica.>
Na semana que vem, entre os dias 10 e 12, a GL participa do Imex América, um dos maiores encontros relacionados ao turismo de eventos do mundo. A direção da empresa pretende apresentar, com destaque, o Centro de Convenções de Salvador.“Vamos realizar uma conferência de imprensa para falar sobre nossos produtos e apresentar o equipamento para o mundo”, destaca Andrade. “No primeiro momento, entendemos que é preciso fazer um esforço de marketing, pois se trata de um destino que está parado há cinco anos”, analisa o diretor da GL Events. Diretor do grupo que ficará à frente da operação em Salvador, Ludovic Moullin, destaca o grande interesse do público estrangeiro, principalmente o europeu pela capital baiana. “Se nós analisarmos o cenário que está se desenhando para Salvador, percebemos que existem algumas ferramentas de trabalho bastante positivas à disposição. Uma delas é o aeroporto, mas a mais importante é o encantamento que a cidade desperta no turista estrangeiro, principalmente o europeu”, diz.>
Moullin também cita como vantagem competitiva a expertise da GL Events mundialmente.“Com o Centro de Convenções de Salvador, nós atingimos o nosso 50º equipamento do tipo. É óbvio que iremos utilizar a nossa força de rede para atrair público para lá”, afirma o diretor. “Se eu tenho um evento programado para Nova York ou Xangai, posso pensar em trazer ele para o Rio de Janeiro ou Salvador também”, completa. O executivo diz que a prioridade do grupo será reforçar a busca por eventos que reforcem as características da capital baiana. “Nós estamos chegando a um destino com uma cultura muito rica, que é muito musical e tem uma gastronomia bastante marcante”, analisa.>
A diretora regional da GL Events no Rio, Milena Palumbo, que recebeu a reportagem do CORREIO durante a realização da Bienal Internacional do Livro do Rio, explica que a atuação da empresa na Bahia deverá se dar do mesmo modo que acontece por lá. “Nós temos a concessão de espaços aqui (o Riocentro e a Jeunesse Arena), mas nós trabalhamos pela promoção do Rio de Janeiro porque o fortalecimento do turismo aqui fortalece a nossa atividade”, destaca. Segundo ela, a preocupação vai muito além da simples preocupação com a gestão dos espaços.“Nossa atuação aqui no Rio resume bem como o a GL se posiciona. Nós entramos no país por causa do Panamericano, em 2007”, lembra. “Nosso trabalho no Rio mostra que só uma boa manutenção do prédio não é suficiente. É primordial conversar com o destino. No Rio, nós estamos sempre mapeando as oportunidades que existem na cidade e é isso o que faremos em Salvador”, diz.* O repórter Donaldson Gomes viajou ao Rio a convite da GL Events>