Salvador volta para relatório global que indica cidades de maior performance e potencial no mundo

A capital baiana tinha ficado de fora do Global Cities Report de 2019, mas retornou para os rankings Global Cities Index e Global Cities Outlook na edição de 2020

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  • Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 22:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Depois de ficar de fora do levantamento de cidades globais no Global Cities Report da consultoria Kearney, em 2019, Salvador retornou à relação em 2020. O relatório anual mede a capacidade e o potencial das localidades de atração de capital, pessoas e ideias. Nesta edição, foram avaliadas 151 cidades de todos os continentes.

O relatório possui dois rankings, o Global Cities Index (GCI) e Global Cities Outlook (GCO), que, juntos, permitem uma análise das posições e perspectivas de cada localidade. No GCI, que avalia a atual performance das cidades, Salvador ficou na posição 120. Em 2018, a capital baiana estava em 101º nesta listagem. Para formular este levantamento são levados em conta a atividade de negócios, o capital humano, as trocas de informação, a experiência cultural e o engajamento político de cada local analisado.

Já o GCO analisa como as cidades estão criando as condições para conseguirem estar entre os maiores atores globais no futuro, ou seja, o potencial de cada local. Neste ranking, a capital baiana ficou na 138ª posição. Salvador estava na posição 119 na listagem, em 2018. A consultoria analisa o bem-estar pessoal, a economia, a inovação e a governança para fazer esta parte do relatório. A Kearney aponta que estas quatro dimensões são determinantes para a capacidade de uma cidade atrair capital humano talentoso, gerar crescimento econômico, aumentar a competitividade e garantir a estabilidade e a segurança.

O presidente da Empresa Salvador de Turismo (Saltur), Isaac Edington, comemora o reingresso da capital baiana nos rankings. Para ele, a menção é reflexo de um trabalho da gestão municipal, com a progressão em diversas áreas analisadas pela consultoria. “Indicadores como estes que analisam índices globais de performance identificam muito índices de desenvolvimento econômico, onde a cidade progrediu muito. Temos o fomento do ambiente de negócios, temos o HUB Salvador, que estimula a rede de startups”, cita.

Edington ainda relembra que Salvador integra a rede C40, sediou o Climate Week, em 2019, e possui o Plano Salvador Resiliente, que tem como objetivo transformar a capital em um polo de desenvolvimento sustentável e tecnológico, capaz de promover a integração das pessoas, a inclusão e a resiliência. 

“Outro ponto que conta neste levantamento é a experiência cultural e Salvador profissionalizou sua plataforma de eventos, com o desenvolvimento da economia criativa da cidade, o que contribui para melhorar a performance da cidade. Também tivemos o título de “Cidade da Música" renovado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). É um contexto importante valorizando o atrativo cultural da experiência da música. A Prefeitura ainda trabalha com a revitalização cultural, hoje, nós temos equipamentos culturais que não existiam ou eram sucateados”, pontua o presidente da Saltur.

Para Edington, o aparecimento no estudo global retroalimenta as ações na cidade projetando a capital ainda mais para a frente. Um dos setores que podem se beneficiar com a visibilidade é o turismo. “Um destaque em uma publicação como esta demonstra confiança, especialmente para os investidores. Com isso, a cidade tem capacidade de ambiente favorável para investir para novos negócios e faz com que tenhamos mais facilidade de atrair investimentos do que antes”, explica.

Aparecer no relatório só reforça que a capital está no caminho certo, pontua Edington. Para ele, as ações da prefeitura têm dado resultado e a expectativa é de que o trabalho da próxima gestão continue a posicionar Salvador nas listas globais. “Essa publicação chegou em um momento importante para a cidade, temos feito um trabalho de retomada gradual da cidade nos últimos meses”, completa.

No relatório, a consultoria ressalta que os dados foram majoritariamente coletados antes da pandemia, sendo assim, os rankings não incorporam os efeitos da crise e das medidas de resposta ao coronavírus.

Neste ano, os rankings incluíram 21 cidades a mais que em 2019, quando 130 localidades foram analisadas. Segundo a consultoria, o crescimento reflete a importância crescente de regiões emergentes como o Oriente Médio, a China e a Ásia Central.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lobo