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Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2019 às 06:01
- Atualizado há um ano
Na semana que comemoramos a canonização de Irmã Dulce, o turismo nordestino, que é a principal fonte econômica dos estados, sofre um grande baque com este derramamento criminoso de milhares de toneladas de óleo em nossa fauna e flora marinha. Biólogos têm afirmado, que o Nordeste levará décadas para repor danos ao óleo derramado.
São mais de 30 dias que este problema está atingindo nossos estuários e se não descobrirem o tamanho e a proveniência, os danos ambientais serão enormes . As autoridades (Ibama, Ministério do Meio Ambiente e Marinha) precisam envidar mais esforços pois parecem estar perdidos e não entram em um consenso.
Em muitos dos municípios afetados, o turismo representa mais de 80% do PIB local. Os visitantes que aqui chegam não poderão utilizar a nossa costa. Pescadores e marisqueiros estão sem a sua principal fonte de subsistência e muitos dos que sobrevivem da atividade “sol e praia” estão sendo afetados.
Segundo boletim do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mais de 170 praias foram afetadas. O litoral nordestino favorece à região uma vantagem comparativa invejável. Tal acontecimento afeta a atratividade do local. Sem falar, que esse vazamento pode prejudicar também a saúde a curto e longo prazo. Devido à toxidade das massas grudentas de óleo.
Lembramos que o estado da Bahia tem mais de quatro mil hotéis e 25 mil bares e restaurantes. Isto sem contar com os outros 50 setores que interagem na cadeia produtiva do turismo, sendo responsável por 200 mil empregos diretos e 750 mil indiretos dependentes deste segmento.
Salvador está com seus hotéis esta semana, com excelente ocupação, registrando taxas acima de 80%, graças a missa campal celebrando a canonização de Irmã Dulce. A prefeitura municipal, em conjunto com a população, está participando da limpeza de nossa orla, em um verdadeiro mutirão de consciência ecológica, mas isto não é nem será suficiente.
A economia volta a crescer timidamente depois da quebra da Avianca onde a cartelização das passagens aéreas afetou seriamente o turismo de longa distância. Vamos rezar para que o buraco causado por esse problema não seja maior que o anunciado.
Para que fatos como esse não se repitam em nosso país, temos que achar os culpados e cobrá-los de acordo com a lei, mas o que não precisamos são de sobrevoos das áreas atingidas ou de políticos oportunistas apontando o dedo para a ferida, sem contribuir em nada para a solução.
Campanhas de marketing em conjunto com o Conselho Municipal de Turismo (Comtur), deverão mostrar como estamos atacando o problema, para que não comecem os cancelamentos de reservas destes visitantes , que foram conquistados arduamente e continuemos despertando o desejo no imaginário deste paraíso tropical que está na mente de muitos.
Situações como essa reforça nossa fragilidade em gestão de crises. Que tem como objetivo minimizar danos causados à reputação da marca-país.
Sem estratégia, nos resta esperar por um novo milagre de SANTA DULCE.
Silvio Pessoa é presidente da Federacão Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA)
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores