São João vai marcar retorno a patamar de 2019 em shopping

Centro comercial vem registrando movimento de retomada com fim de restrições ao público

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  • Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2022 às 05:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Muitos indicadores relacionados a negócios no varejo de shopping já retornaram aos patamares registrados em 2019, antes da pandemia do novo coronavírus, aponta Ticiano Cortizo, gerente de marketing do Shopping Bela Vista. “Temos segmentos que já se recuperam, outros que estão demorando um pouco mais, porém o Bela Vista reagiu muito rápido porque o motivo de frequência passa muito pelo lazer e entretenimento”, explica. À medida em que as restrições de público foram sendo flexibilizadas, os números passaram a crescer, conta. No caso do Bela Vista, a expectativa é que durante a campanha do Dia das Mães, o público seja apenas 10% menor que o período pré-pandemia. Mas já no São João, espera-se alcançar o mesmo patamar e no segundo semestre os planos são de retomada do crescimento. 

Segundo ele, o espaço se consolidou como um espaço de referência para quem quer resolver problemas do dia a dia, ou busca alternativas de lazer e entretenimento, carros-chefes do espaço. “A redução das restrições tem acelerado o retorno aos patamares que nós tínhamos no ano de 2019”, apontou, Cortizo, durante a participação dele no programa Política & Economia, veiculado ontem no Instagram do CORREIO (@correio24horas), apresentado pelo jornalista Donaldson Gomes. O ano de 2019 é utilizado como referência por ter sido o último antes da pandemia. 

“As vendas ainda estão entre 15% e 20% abaixo do que se registrava antes, mas o fluxo já aumentou bastante, apesar de ainda não ter igualado ao que se via antes”, diz. Segundo ele, antes da pandemia, a média de público era de 40 mil pessoas por dia e hoje está em torno de 35 mil. O que mudou, explica, é que o volume de conversão de vendas aumentou. “A gente tem ainda pessoas que não se sentem confortáveis de voltar a frequentar os espaços, mas quem está indo vai de uma maneira mais assertiva, vai para comprar”, explica. 

Segundo Ticiano Cortizo, o Bela Vista é o terceiro empreendimento da capital em área bruta locável (ABL) e em faturamento. O empreendimento é responsável atualmente por mais 2,5 mil empregos em 250 operações, entre lojas e quiosques, além de 250 empregos na administração do espaço. “A gente está falando de aproximadamente 2,8 mil empregos no shopping, fora todos os prestadores de serviços destas lojas, da administração, o que nos permitem imaginar que o universo de empregos indiretos praticamente dobra”. 

“O mercado que nós temos hoje em Salvador é muito profissionalizado, muito competitivo, com dois players muito grandes no mercado”, diz, citando os grupos JCPM e o Aliansce Sonae. Segundo ele, o Bela Vista também pertence a um grupo nacional, à JHSF e sócios locais. Ele destaca o processo de transformação pelo qual passou a indústria de shoppings nos últimos anos. “Houve uma grande transformação, tanto na quantidade de estabelecimentos, quanto na qualidade dos equipamentos e na sua diversidade”, avalia. 

Ele lembra que em 2000, em sua primeira oportunidade no segmento, existiam quatro estabelecimentos do tipo na cidade. “Hoje a gente já experimenta um amadurecimento muito grande no mercado, um profissionalismo muito grande, o que acarreta também numa maturidade maior dos lojistas, com o crescimento de redes e franquias”, avalia. 

Para o responsável pelo marketing do Bela Vista, o céu é o limite, quando se pensa a respeito do desenvolvimento de novos produtos ou serviços para a população. Segundo ele, os estabelecimentos trabalham focados na oferta de produtos ou serviços que atendam às necessidades do seu público. “A indústria dos shoppings locados tem o controle do mix das lojas nos espaços, a gente consegue ter sempre os segmentos de mercados que são mais relevantes para o consumidor”, explica. “Nós temos como primazia atender às demandas dos clientes através do mix de lojas”.  

Ele explica que esta característica tem propiciado sucesso a empreendimentos mais segmentados. “Nós temos no Brasil espaços que se sustentam com a oferta de lazer e entretenimento, além de serviços que são acessórios a isto como a alimentação e serviços. A gente evolui de acordo com as demandas do público-alvo”, afirma. 

Ele cita como exemplo uma “mudança dramática no mix do Bela Vista”, em relação ao projeto inicial. Pensado como parte de um novo bairro planejamento, o centro comercial precisou se ajustar à nova realidade. “O shopping foi inaugurado quando havia a vontade de se criar um bairro planejado no entorno. Mas por diversos motivos, principalmente relacionados à economia local, não se concretizou”, lembra. 

O mix original foi planejado para atender a um público que não se confirmou.