Se todo problema do Vitória fosse Osmar Loss...

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Publicado em 11 de julho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A derrota do Vitória para o Cuiabá colocou o técnico Osmar Loss na linha de tiro. Afinal, o treinador teve tempo efetivo para ajustar a equipe, que recomeçou a Série B apresentando o mesmo mau futebol de antes da pausa. Acresce a isso a cultura imediatista do Brasil, que cobra resultados a curto prazo.

Loss talvez não seja o melhor técnico para o Leão no momento. Não por agora, após mais uma derrota, e sim pelo ano do clube. Ele ainda é um iniciante na carreira profissional e essa temporada turbulenta e em crise financeira requer um perfil com mais traquejo e mais contatos para atrair jogadores no mercado. A contratação foi uma aposta arriscada tanto para ele quanto para o clube. Mas não vem ao caso agora.

Loss está no comando, apesar da insatisfação geral com o time. E seria um erro reduzir a última colocação na Série B ao treinador. Se for demitido nas próximas rodadas ou se continuar até o fim, ele é só uma peça de uma engrenagem que não funcionou com Marcelo Chamusca nem com Cláudio Tencati. Nem com Ricardo David nem com Paulo Carneiro, apesar da ressalva para o pouco tempo de trabalho do presidente e do treinador atuais.

Um grave erro da gestão de Ricardo David foi na condução do futebol. Errou demais na montagem do elenco e o clube pagou literalmente caro por isso, já que o rebaixamento causou uma queda acentuada de receitas. A gestão de Paulo Carneiro começa repetindo a história e, apesar de ainda estar nos primeiros 100 dias da gestão – período de trégua nas críticas por se entender que é pouco tempo para fazer cobranças -, a decepção é proporcional à expectativa criada. Pela história que tem e pela “saúde” do clube, Carneiro não pode errar como seu antecessor, até porque um rebaixamento agora significa a Série C.

No futebol, a política de terra arrasada adotada no discurso da diretoria logo após a eleição levou a uma renovação significativa do elenco. Ok, mas o complemento só faria sentido se os jogadores contratados tivessem carreira consolidada ou promissora. Não foi o que se viu até agora. 

É uma contradição que um terço dos 15 contratados não tenha currículo mais encorpado que um jogador da divisão de base rubro-negra. E entre os que possuem mais rodagem, quase nenhum estava em boa forma na temporada atual ou na passada – as exceções são Van, finalista do Campeonato Baiano com o Bahia de Feira, e Baraka, titular absoluto na Arábia Saudita, apesar do Al-Batin ter sido rebaixado à segunda divisão nacional. Errar menos é o grande desafio nessa fase de recursos escassos.

Tom de embate Circula no WhatsApp um áudio do presidente rubro-negro no qual ele informa que a receita do Vitória com o plano de sócios caiu 50% neste mês. Indício de que, passada a euforia com a eleição, a cultura de vincular o pagamento com a fase do time sobressai, o que é ruim para o clube. O tom de Paulo Carneiro, no entanto, rende outra reflexão: em vez de criticar o sócio dizendo que “é lamentável a falta de consciência, de realidade”, não é hora da diretoria se dispor a entender a insatisfação, baixar a crista e tentar pautar a relação em união e apoio? O tom de embate com a própria torcida só gera desgaste. E mais insatisfação.