Seis cidades afetadas pelas chuvas assinam convênio para construção de casas

O valor estimado é de 35 milhões de reais. Enquanto isso, 190 municípios ainda estão em situação de emergência

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  • Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2022 às 18:43

- Atualizado há um ano

. Crédito: Maysa Polcri/CORREIO

O governo do estado assinou nesta segunda-feira (17) os primeiros seis convênios para a construção de casas nos municípios baianos mais atingidos pelas chuvas. Segundo o último boletim da Defesa Civil, 190 cidades integram a lista de situação de emergência. Dessas, seis foram contempladas com a construção de unidades habitacionais, no valor total de R$ 35 milhões. Segundo o governador Rui Costa (PT), outros convênios serão firmados nas próximas semanas.

O primeiro convênio contempla Ubatã, com 26 casas, Macarani (60), Ibirataia (61), Ibicaraí (102), Itambé (115) e Ipiaú (121), todos no Sul ou Sudoeste baiano. Os municípios não precisarão fazer os projetos das casas, pois todas seguirão o mesmo padrão. Apenas Ilhéus e Itabuna, segundo o governador, deverão seguir outro modelo, devido à grande quantidade de casas que precisarão ser construídas.

Além da assinatura do convênio, o governo entregou 56 máquinas para 19 consórcios de infraestrutura, visando a reconstrução principalmente de estradas vicinais, e 56 ambulâncias. “Peço para cada prefeito que conclua o cadastro e registros fotográficos para que possamos assinar mais convênios. Já demos entrada em outros 105 convênios de custeio para apoiar os municípios na reconstrução de estradas”, afirmou Rui Costa.

Ainda segundo o governador, a Bahia recebeu R$ 12 milhões do governo federal para atender as localidades afetadas pelos temporais. A verba foi destinada para a pasta de Assistência Social, a de Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Rui Costa estima que o prejuízo total no estado seja de R$ 1,5 bilhão.

“Peço que os prefeitos solicitem formalmente ao governo federal para que a gente possa cobrar o que é de direito. Se o governo federal, por questão ideológica ou política, não quer fazer convênio com o governo do estado, que faça convênios com os municípios. Para nós não há problema nenhum”, declarou Rui.

O presidente da União de Prefeitos da Bahia e prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), que esteve presente no evento, ressalta que os consórcios são os principais instrumentos de organização dos municípios. “O governador mandou fazer um levantamento de todos os consórcios da Bahia para que, ainda neste semestre, todos estejam equipados. Os municípios menores não têm condições de alugar uma escavadeira hidráulica de R$ 30 mil, então essa ação é importante”, completa.

Entre os 19 consórcios intermunicipais que receberam equipamentos para a reconstrução de estradas que ligam a sede dos municípios à zona rural estão o do Sudoeste, Chapada Diamantina, Recôncavo, Velho Chico, Vale do Jiquiriçá e Extremo Sul.

O presidente do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Médio Sudoeste da Bahia (Cotemesb) e prefeito de Iguaí, Rony Moitinho (PSD), reitera a importância do maquinário para a reconstrução das cidades mais atingidas: “Todos os 13 municípios que compõem o território do Médio Sudoeste foram atingidos pelas chuvas. Em Iguaí, nós temos 30 rios, então, evidentemente, os estragos são maiores”.

O prefeito de Belo Campo, Quinho (PSD), destaca o ineditismo de chuvas tão prejudiciais ao município, localizado no Sudoeste do estado: “Choveu aproximadamente 420 milímetros em três dias. Nós estávamos saindo do estado de emergência pela seca e, de repente, veio uma tromba d’água. Eu, como morador de Belo Campo, nunca tinha visto uma chuva de mais de 24 horas”.

Segundo o prefeito, entre desabrigados e desalojados, o município soma mais de 150 famílias. “Tivemos uma publicação no Diário Oficial de uma ajuda do governo federal para compra de kits alimentares e combustível, mas ainda não chegou e estamos aguardando esse recurso”, completa Quinho.

Quase metade dos municípios baianos estão em situação de emergência

Os estragos das fortes chuvas que atingiram a Bahia em dezembro ainda podem ser sentidos em 190 dos 417 municípios do estado, o que equivale a 45,5%. Segundo o boletim divulgado pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado (Sudec) no domingo, o total de pessoas atingidas passa de 965 mil.

Um óbito que ocorreu no dia 7 de janeiro, em Barra, no Oeste, só foi informado à Sudec no domingo, dia 16. A vítima é um homem de 72 anos que se afogou no assentamento São Francisco, na margem do Rio Grande, zona rural do município. No total, 27 pessoas morreram em decorrência das chuvas no estado.

As localidades com vítimas fatais são: Itamaraju (4), Ilhéus (3), Jucuruçu (3), Amargosa (2), Itaberaba (2), Itabuna (2), Prado (2), São Félix do Coribe (2), Aurelino Leal (1), Barra (1), Belo Campo (1), Itapetinga (1), Macarani (1), Ruy Barbosa (1) e Ubaitaba (1). O boletim também informa que 30.306 pessoas estão desabrigadas e 62.156 desalojadas.

*Sob supervisão do editor Herbem Gramacho.