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Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2022 às 11:39
- Atualizado há 2 anos
Após a Polícia Civil identificar suspeito de assassinar a facadas a menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, há pouco mais de seis anos, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, o Ministério Público Estadual (MPPE) pediu a realização de novas perícias complementares. A informação foi repassada pela promotora Ângela Cruz, coordenadora do Grupo de Atuação Conjunta Especial (Gace), que acompanha o caso.>
A promotora ressaltou ainda que o Gace está analisando minuciosamente os 24 volumes do inquérito policial a fim de compreender não apenas o crime, mas também as circunstâncias relacionadas, com base em evidências científicas robustas que permitam a realização da persecução penal e uma eventual condenação perante o Tribunal do Júri.>
"O Ministério Público está devolvendo o inquérito à Polícia Civil para que sejam juntadas mais informações. Sabemos que a polícia fará o trabalho requisitado de forma responsável, com foco na apuração dos fatos. E ao receber o relatório final da investigação, o MPPE vai analisar o inquérito e apresentar, no tempo devido, a sua manifestação", destacou Ângela Cruz.>
Detalhes do crime Em uma coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), na área central do Recife, o secretário Humberto Freire, titular da pasta, afirmou que a garota recebeu dez golpes de faca, não 42 como amplamente divulgado desde a época do crime.>
Ainda de acordo com Freire, na verdade houve 42 fotografias dos ferimentos no corpo de Beatriz. "O laudo, normalmente, tem várias imagens da mesma lesão para poder ilustrar melhor. Mas o laudo indica dez ferimentos a faca, que a levaram a óbito", pontuou.>
O gestor disse também que o homem apontado como autor das facadas que matou a menina agiu sozinho e sem mandante.>
Embora a polícia não tenha divulgado a identidade do suspeito, segundo o portal G1, ele chama-se Marcelo da Silva, de 40 anos. Ele já estava preso em Salgueiro, no Sertão do Estado. (Foto: Divulgação/MPPE) Motivação do crime O secretário também informou o que motivou o crime. Segundo ele, o homem apontado como suspeito do homicídio, desferiu as facadas na menina Beatriz após ela ter se desesperado ao se deparar com o assassino.>
"Temos a motivação alegada, se coadunando com a dinâmica dos fatos. Quando teve contato, a vítima se desesperou e foi silenciada pelo criminoso, com golpes de faca", contou Freire, contudo, sem explicar o contexto que teria feito a criança se desesperar.>
"A escolha da vítima foi ao acaso, e, por conta do desespero dela, ele decidiu silenciá-la", disse Freire em outro momento.>
O secretário disse ainda que o suspeito tem histórico de violência sexual contra crianças. Apesar disso, o gestor ressaltou que as investigações não apontaram indícios de violência sexual contra Beatriz.>
Assim, não ficou completamente claro em que circunstâncias se deu o contato entre a vítima e o suposto assassino.>
Relembre o caso Beatriz Beatriz Angélica Mota foi morta no dia 10 de dezembro de 2015, aos 7 anos, durante uma festa de formatura da escola em que estudava na cidade de Petrolina, no Sertão Pernambuco. O pai da menina era professor da escola.>
A criança desapareceu quando avisou à mãe que iria beber água. Após estranhar a demora da filha, as pessoas começaram a procurar pela menina, que foi encontrar morta com 42 facadas, dentro de uma sala desativada.>
O caso se arrastava há mais de 6 anos. A mãe de Beatriz, Lucinha Mota, nunca desistiu de lutar por justiça pelo assassinato da filha e realizou diversas manifestações ao longo dos últimos anos.>
No final de 2021, ela fez uma romaria, saindo de Petrolina até a capital pernambucana para cobrar pessoalmente ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, pelo desfecho do caso.>
Reportagem originalmente publicada no JC Online>