Sem vacilo: confira tudo que pode eliminar o candidato durante o Enem

Descuido com aparelhos eletrônicos, por exemplo, pode acabar eliminando o estudante

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 05:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr./ CORREIO

Já imaginou estudar por um ano inteiro e ser eliminado por conta de um despertador? A situação pode parecer absurda, mas é uma possibilidade, de acordo com as regras de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Este ano, qualquer som emitido por celulares ou qualquer outro equipamento eletrônico, mesmo que lacrado no envelope porta-objetos, já gera a eliminação do candidato. O edital com as regras para o Enem prevê 30 casos em que o candidato pode ser eliminado do concurso. Além de aparelhos eletrônicos em funcionamento, é preciso atenção a pontos como itens proibidos na sala de prova, horários e preenchimento do cartão de respostas.

“O Enem é uma prova que, além de medir a proficiência e o desempenho do aluno no ensino, serve como acesso às universidades. Por essa característica concorrencial que existe, é preciso garantir essa segurança, para que ninguém tenha vantagem indevida”, explicou ao CORREIO Alexandre Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo exame.

A novidade dos eletrônicos que causam eliminação se emitirem sons, mesmo que lacrados, é uma das tentativas de aprimoramento. “A sugestão para que isso se tornasse eliminatório veio da Polícia Federal, que sempre colabora na avaliação da segurança do exame. Em anos anteriores, como esse caso não estava previsto pelo edital, ficava uma dúvida sobre como o fiscal deveria proceder, se eliminava ou não”, ressaltou Lopes.

Para que o aluno não seja pego de surpresa e eliminado por falta de conhecimento dos detalhes que envolvem a avaliação, as escolas pensam em formas de preparar o aluno para além do conhecimento acadêmico.“Saber desses detalhes é tão importante quanto estar com os conteúdos em dia. Não adianta se preparar o ano inteiro e, na hora, não conseguir realizar a prova porque não se atentou para uma regra. É importante estar atento a todos os detalhes: horários, preenchimento da prova e do cartão de respostas”, avalia a diretora pedagógica do ensino médio no Colégio Vitória Régia, Débora Bove.Segundo Débora, é preciso acostumar o aluno com os detalhes do exame. Para isso, o colégio realiza atividades específicas sobre as regras técnicas de aplicação do Enem. “Todos os professores falam no assunto, dão dicas, e temos um momento em que os meninos têm encontros para tirar dúvidas com as orientadoras do colégio”, explicou. Além dos encontros, a diretora realiza ainda simulados que tentam imitar as condições de realização da prova, como tempo de duração e regras de acesso, além do dia e horário similares aos de aplicação real.

“Fazemos os simulados aos domingos à tarde, como será a prova. Tudo é uma questão de hábito que eles não têm e precisam desenvolver, e que vem sendo trabalhado desde antes de entrarem no ensino médio”, explica ela.

Confira as questões de Matemática do CORREIO

Aluno do Vitória Régia, o jovem Nathan Lucas, 17 anos, diz estar ainda mais atento às regras para o Enem. É que o  futuro estudante de Farmácia perdeu a chance de realizar a prova de uma universidade privada por ter ido ao exame com um documento que não era o original. “Ano passado consegui fazer o Enem com essa identidade, não sei se porque eu era treineiro, ou se eles se passaram. Mas dessa vez, quando estava na fila de entrada para a prova, me toquei, e eles não me deixaram entrar”, contou. O estudante garante que aprendeu a lição e que agora está atento. O estudante do Vitória Régia Nathan Lucas (Foto: Betto Jr./ CORREIO) Colega de Nathan, o futuro dentista Roberto Luiz, 17 anos, concorda com o amigo, mas diz que se sente preparado. “O colégio prepara a gente bastante. E precisa. Tem muita gente inteligente que não tem essa noção de postura e esse preparo e acaba se prejudicando”, opina o jovem. Roberto Luiz quer ser dentista (Foto: Betto Jr./ CORREIO) Para a psicologia e orientadora do Colégio Oficina, Júlia Viana, os simulados citados pelos alunos são realmente a melhor forma de se preparar para não serem surpreendidos. “Se trata de um concurso. Então, é fundamental que eles tenham conhecimento para que não se perca tempo nem se corra risco de eliminação. Estimulá-los a ler o edital, a ter contato com a prova, fazer simulações é fundamental para que eles não corram o risco de serem eliminados por falta de conhecimento técnico.”

A profissional explica que fazer as provas simuladas acabam contribuindo para que o aluno internalize as orientações que podem não ser tão naturais à primeira vista “No geral, eles estão muito atentos e costumam entender a importância dessas regras, mas por mais que a gente fale, avise, é na vivência da simulação que de fato eles vão perceber como funciona. A simulação permite que o aluno possa saber lidar com detalhes da prova, o que pode e o que não pode”.

Na lista de materiais proibidos, alguns itens são, inclusive, de uso cotidiano dos estudantes, mas não podem aparecer no dia da prova. É o caso de lápis, borrachas e outros marcadores. A proibição fez com que o estudante do Colégio Anchieta, Pedro Gatto, 17, mudasse a forma como costuma realizar os exames. “Todas as provas que eu faço de simulado, utilizo 3 marcadores para dividir as questões. Na prova, como não posso levar os marcadores, vou adaptar a técnica com caneta”, conta o jovem, que quer cursar Medicina.

Pedro diz que separa todos os materiais antes e chega com bastante antecedência nos locais de prova, mesmo antes da abertura dos portões, para evitar atrasos. “Caneta, no mínimo, três, para o caso de falhar”, avisa.

Não será permitido usar boné ou qualquer acessório de chapelaria. Ocúlos escuros também são proibidos. Casos religiosos serão ressalvados, desde que garantida a revista. “É permitido o uso de artigos religiosos como burca e quipá, mas todos adereços serão revistados pelo aplicador”, informou o Inep, em nota.

10 dicas pra não ser eliminado

Caneta preta e transparente - O preenchimento do cartão de resposta precisa ser feito com caneta preta já que é essa a cor de caneta reconhecida pela máquina que lê as marcações. A caneta precisa ser fabricada em material transparente;Documento original - São 11 os documentos aceitos como identificação na prova do Enem. Identidade, passaporte, carteira de trabalho, certificado de reservista ou identidade funcional, dentre outros, precisam ser apresentados em sua via original;Identificação Especial - Quem apresentar um documento, mesmo que original, mas danificado, ilegível, ou com foto infantil ou fisionomia diferente, pode fazer a prova, desde que passe por identificação especial com coleta de dados biométricos.  Boletim de ocorrência - Quem perdeu ou teve o documento roubado deverá apresentar um Boletim de Ocorrência expedido por órgão policial há, no máximo, 90 dias do primeiro domingo de aplicação.Se preparar antes - È importante que o aluno se atente a separar os materiais e documentos necessários antes para não deixar para última hora e arriscar de esquecer algo importante. A dica das orientadoras é separar tudo no dia anterior. Quem esquece um documento, por exemplo, é obrigado a esperar por ele fora do local de provas.Água transparente - Quem leva água já sabe que a garrafa precisa ser transparente, e sem rótulo. Esse ano, no entanto, esse e os outros itens de lanche poderão ser revistados pelos fiscais, mesmo que lacrados.   Local da prova - Conhecer o local de prova e o tempo de deslocamento até lá com antecedência é uma das principais dicas das orientadoras nas escolas. É importante lembrar que o grande número de candidatos fazendo a prova pode gerar engarrafamentos e sair de casa cedo. Sem relógio - Não é permitido portar nenhum equipamento eletrônico, nem mesmo relógios. O tempo da prova é controlado pelos fiscais com sinalização nas paredes das salas de exame. O aluno também precisa ficar atento ao tempo. O preenchimento do cartão de respostas precisa ser concluído no tempo do exame. Vistoria - A qualquer tempo, o aluno pode ser vistoriado com detector de metais e ter seus itens - como canetas e o lanche.- também vistoriados pelos fiscais. Recusar-se à revista pode eliminar o candidato.  Celular sem som  - Regra nova da edição de 2019. É preciso tomar cuidado! Qualquer ruido emitido por qualquer aparelho eletrônico, mesmo que lacrado no saco de porta objetos é motivo para eliminação do candidato.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro

 

Fascículos no CORREIO trazem temas para revisão

O jornal CORREIO publica até o dia 30 de outubro 18 fascículos especiais do 13º projeto Revisão Enem 2019. Com simulados que são disponibilizados no site do jornal (correio24horas.com.br/enem), os conteúdos contam com uma série de questões objetivas, realizadas pelo SAS Educação, para os estudantes testarem seus conhecimentos nas disciplinas cobradas no Enem.

Além disso, sempre às quartas-feiras, o site Correio 24 horas conta com videoaulas, que podem ser acessadas na íntegra na página: www.correio24horas.com.br/revisao. Na versão impressa e no site do CORREIO, é possível acompanhar conteúdos focados em temas que auxiliam os alunos no processo de estudo, com artigos diversos, dicas de como estudar e macetes para fazer um bom exame. O projeto tem o oferecimento da Rede FTC.