Senador do Chile vai propor 'Lei Bolsonaro' contra fake news

"Um presidente deve ser um líder que triunfa sem trapacear", diz

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  • Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 16:31

- Atualizado há um ano

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O senador Alejandro Navarro vai propor ao Congresso do Chile um projeto de reforma constitucional para evitar que notícias falsas promovidas por políticos influenciem as eleições. O projeto foi batizado pelo próprio Navarro como Lei Bolsonaro, em alusão ao candidato Jair Bolsonaro.

“(O nome) é devido a questionável forma de fazer política que o candidato presidenciável do Brasil Jair Bolsonaro, que foi 'surpreendido' por empresários amigos pagando a difusão de notícias falsas sobre seus adversários, como a distribuição do ‘kit gay’ para crianças nas escolas; a utilização de uma atriz (Beatriz Segall) morta para dizer que uma apoiadora de Bolsonaro foi agredida; que Haddad defendeu o incesto em um de seus livros e que apresentaria uma lei para legalizar a pedofilia”, disse Navarro. O presidente dos EUA, Donald Trump, também é citado.

"Em que consiste? Basicamente é uma medida legal para que quem aspire a alcançar um cargo de eleição popular compartilhando notícias falsas nas redes sociais ou mensageiros onlines durante a eleição, não continue na corrida", disse ele à Rádio Bio-Bio. Na prática, o político que for considerado culpado por disseminar mentira falsa contra os rivais terá a candidatura cassada. O projeto deve abarcar as eleições presidencial, parlamentares, estaduais e municipais. 

Navarro falou ainda do uso de ferramentas digitais que analisam grandes volume de informação para fazer um discurso fictício e ajudar a criar conteúdo falso para as massas. Disse ainda que a extrema-direita da América Latina tem feito uso desse tipo de estratégia para avançar sua agenda.

"Um Presidente da República deve ser um líder que triunfa sem trapacear no debate político e nas urnas. Caso contrário, vai ganhar quem mentir mais, o que tem mais acesso a medidas de desinformação nas redes sociais, o que contrata mais empresas de marketing político para manipular  informações e entregar conteúdo deliberadamente falso. Isso não é viver uma democracia saudável". 

Em nota no site oficial, Navarro afirma que a reforma é "necessária para proteger a democracia".