'Sentimento forte, de gratidão', diz Brown sobre volta ao arrastão

Cantor voltou a puxar sua tradicional pipoca no circuito Barra/Ondina, à meia-noite

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  • Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 00:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Gabriel Moura/CORREIO

Se todos os dias de Carnaval viram trios se atrasarem, a última atração contou com pontualidade de dar inveja aos ingleses. Às exatas 12h, Carlinhos Brown puxou o verso “deu meia noite e o galo já cantou”, como uma saudação a Ogum e Exu. Era dada a largada no circuito Dodô (Barra/Ondina) para o arrastão, que garantiu à folia de 2020 uma despedida à altura.

Além de ter fechado com chave de ouro nesta terça-feira (25), Brown também iniciou a festa na quinta-feira. Tudo isso após estar de fora do Carnaval do último ano. "É um sentimento forte, de gratidão e de oportunidade. Sou feito e criado por esse público", comemorou o Cacique.

O sentimento é recíproco. Se antes de tocar o multiartista saudou os orixás, o público repetiu o ato com ele. “Mestre dos mestres”, “louco do timbau” e “negro lindo” foram algumas das alcunhas ditas pelos fãs.

“Brown é tudo. É o maior artista do Brasil. Enquanto todos apenas sobem no trio e cantam, ele desce, interage com o público, toca, canta, pula… É um inovador. Cada show dele é uma experiência diferente”, conta a artesã Ana Villas, 38, que saiu no Carnaval apenas nos dias que o “louco do timbau” tocou.

E a avaliação de Ana fora correta. Por exemplo, antes do trajeto, Brown abriu os caminhos com banho de pipoca e milho no chão da avenida e nos foliões que estavam ansiosos para ver a volta do ídolo. "São eles que me dão ênfase para crescer. Muitas vezes as câmeras não estiveram do meu lado, mas os olhares deles estiveram", disse o cantor, sobre seus fãs.

Antes de cantar na Barra, Brown conversou com alguns jornalistas sobre o Carnaval desse ano que, em sua opinião, teve "aquela força, aquele pique". "Que as marcas tenham mais coragem de vir à cultura. Se não fosse a prefeitura, não teria condição de fazer aquela abertura, porque são custos altos. Nós temos capacidade, sim, de jogar o Carnaval muito mais além como é a responsabilidade do trio elétrico", defendeu.

Na mesma entrevista Carlinhos revelou que seu único desejo era de que o “Arrastão da meia-noite” fosse marcado pela paz. E ele estava disposto a realizar a vontade. Quando viu um folião vestido de Gandhy brigando, ele parou a música e deu um sermão. “Nunca vi Filho de Gandhy brigando. Não interessa se alguém estava te roubando. Você não tem prova e ninguém é palmatória do mundo para você bater. E outra coisa: eu valorizo o trabalho da Polícia Militar (PM), pois eles dão um duro danado”, disse ele em uma suposta indireta para Igor Kannário, que atacou a PM durante o Carnaval.

Outro momento marcante do arrastão foi quando o artista se aproximou do Camarote da Veveta e fez um dueto com a anfitriã. O auge da performance foi quando Marcelo Sangalo, filho de Ivete, pegou o microfone e pediu para que cantassem Obaluaê - vontade prontamente atendida.

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