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Detentos escaparam por um matagal após conseguirem quebrar as grades da cela onde estavam
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2018 às 11:18
- Atualizado há um ano
Três detentos do Presídio Salvador, localizado no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, fugiram na madrugada desta quarta-feira (19). Os presos foram identificados como Cleber dos Santos Freire, 40 anos, Gutemberg Santana de Oliveira e Tiago Silva Sampaio.
Cleber foi preso em abril deste ano pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) por envolvimento no sequestro do ex-prefeito de Valença e fundador das Lojas Guaibim, Ramiro José Campêlo de Queiroz.
Ele foi responsável por vigiar o empresário no cativeiro em Dias D'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. A família do prefeito pagou resgate de mais de R$ 1 milhão para a libertação da vítima, sequestrada no dia 18 de janeiro. O refém só foi liberado no dia 12 de fevereiro.
O valor foi recuperado pela Polícia Civil baiana com outros quatro homens envolvidos no sequestro em uma operação realizada em Caçapava, no interior de São Paulo, na Quarta-feira de Cinzas (14).
A fuga De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), Cleber estava preso na unidade desde 12 de junho deste ano. Já Gutemberg havia chegado na unidade em 4 de julho de 2018, por homicídio; e Tiago estava custodiado desde 21 de junho de 2017, por posse de arma de calibre restrito. A Seap não informou como os presos conseguiram fugir
Mas, segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb), os detentos escaparam do presídio após quebrar as grades da cela onde estavam.
Os criminosos arrancaram a grade do banheiro da cela antes de remover os tijolos de sustentação e acessar a parte superior. Na sequência, de acordo com o coordenador de organização da Sinspeb, Eliandro Oliveira, os três detentos fugiram por um matagal próximo da cadeia.
O coordenador lamentou a situação. Segundo ele, o sindicato vem denunciando a precarização do sistema prisional há muito tempo, principalmente quando se trata das cadeias mantidas pelo serviço público. As cobranças são por “reestruturação, reconstrução e aparelhamento das unidades. Caso não aconteça isso, não tem como lugar nenhum se manter”.
A fuga aconteceu na mesma unidade onde um detento morreu após a cama de concreto desabar em cima dele. “Uma reforma geral seria uma medida paliativa. As condições de infraestrutura do presídio está tão precária que o ideal seria reconstruir tudo”, afirmou Oliveira.
O Presídio Salvador possui 678 presos - a capacidade do espaço é para 538 detentos, o que significa um excedente de 130 a mais do que o suportado pelo presídio.