Setor mineral dobra faturamento em oito meses e iguala resultado de 2020

Atividade ampliou saldo na balança comercial de 49% para 69%, aponta Ibram

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 6 de outubro de 2021 às 18:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação Atlantic Nickel

O setor mineral precisou de apenas oito meses em 2021 para superar o faturamento registrado em todo o ano passado. Na comparação entre os oito primeiros meses deste ano com o período anterior, a mineração mais do que dobrou de tamanho. O faturamento e o recolhimento de tributos da atividade cresceram 112% no período, enquanto a participação do saldo comercial mineral na balança comercial passou de 49% para 69%.

Na Bahia, o faturamento da atividade passou de R$ 3,3 bilhões nos oito primeiros meses de 2020 para R$ 6 bilhões em 2021, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro da Mineração (Ibram). “Temos acompanhado há algum tempo o crescimento da mineração na Bahia. Vem crescendo substancialmente, quase dobrou de tamanho de um ano para o outro”, ressaltou Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Ibram. “Goiás e Mato Grosso também cresceram bastante, mas a Bahia chama a atenção”. 

A arrecadação do Cfem, os royalties pagos pela mineração, registraram um aumento de 44% na Bahia. Os recursos são distribuídos por um total de 178 municípios no estado. 

Segundo o Ibram, de janeiro a agosto a produção nacional cresceu 9% em toneladas, na comparação com jan-ago 2020, passando de 760 milhões de toneladas para cerca de 830 milhões de toneladas – esse volume é uma estimativa, com base na produção dos seguintes minerais: agregados construção, minério de ferro, bauxita, fosfato, manganês, alumínio primário, potássio concentrado, cobre contido, zinco concentrado, liga de nióbio, níquel contido, ouro.

A comercialização da produção gerou R$ 220 bilhões de faturamento (jan-ago 21), 112% acima de jan-ago 20, que foi de R$ 103,7 bilhões. A variação cambial e a do preço das commodities minerais influenciaram este resultado de janeiro a agosto deste ano, que já superou, inclusive, o de todo o ano de 2020: R$ 209 bilhões. O minério de ferro registrou maior faturamento: R$ 162 bilhões; em seguida vieram ouro com R$ 18 bilhões, e cobre com R$ 11 bilhões.

As exportações de minérios no Brasil registraram aumento de 94% de janeiro a agosto de 2021. E isso foi decisivo para elevar a participação do saldo mineral no saldo da balança comercial de 49% para 69%, na comparação com janeiro-agosto de 2020 (jan-ago 2020). O setor mineral expandiu para US$ 41 bilhões o valor projetado para ser investido até 2025, sendo 47% desse total já em execução.

Na avaliação do Ibram, a redução no preço do minério de ferro, principal item da produção e da exportação mineral, não abalou os resultados do setor. A demanda global por commodities minerais deve continuar em expansão, ou pelo menos estável. Assim, a produção deverá se manter crescente, contribuindo para a recuperação da economia.

Os números mais recentes do setor mineral foram divulgados na Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram), que será realizado até esta quinta-feira, em formato 100% virtual.