Seu negócio está pronto para crescer?

Conheça mais sobre a experiência de escalonar um negócio e veja as dicas para saber quando e como expandir

  • Foto do(a) author(a) Carmen Vasconcelos
  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 7 de fevereiro de 2022 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock/reprodução

Imagine empresas como a Uber, Airbnb, Amazon. Além de agilidade, adaptação, inovação e otimização de recursos, dentro de um mercado com alta demanda, elas podem expandir, escalar os negócios sem a necessidade de gastar na mesma medida. Embora a expansão seja um desejo da maioria dos empreendimentos, nem todos os negócios podem ser escaláveis. 

Com uma experiência de quem movimenta R$ 2,2 bilhões em créditos imobiliários e é responsável por 40% dos financiamentos da Caixa Econômica, o CEO da Minha Casa Financiada Vinicius Motta lembra que o primeiro passo para escalar um negócio é verificar se o empreendimento comporta as possibilidades de crescimento. Isso porque negócios que atuam com prestação de serviço, consultoria ou vendem artes, por exemplo, estariam fora dessa possibilidade pela própria natureza.  Vinícius Motta salienta a importância de compreender a natureza do negócio antes de pensar em tornar o empreendimento escalonável (Foto: Divulgação) “O que mais vejo por aí são pessoas que tentam escalar suas empresas, sendo que dependem totalmente do negócio e, para faturar o dobro, é necessário investir o dobro”, esclarece. Motta pontua ainda que não tem como escalar negócios onde as pessoas vendem o tempo. “São negócios que trocam tempo por dinheiro, então, nem é indicado como é impossível. Quando a empresa é cara o suficiente para ser personalizada ou artística, se houver escala, se perde a essência e isso pode gerar problemas com o cliente”, complementa, citando a  criação de vestidos de noivas e negócios com fotografia. “Nesses casos, é mais fácil gerar maior valor no mercado e cobrar mais caro por uma experiência”, sugere.

Inovadores

CEO da Gata Preta Cosmética Artesanal (@_gatapreta) Juci Santana afirma que, para escalar um negócio, o ideal é a interseção entre inovação, capacidade de adaptação e, principalmente, desenvolvimento de boas redes de relacionamento - não só com clientes, mas também com parceiros e outras marcas, onde podemos executar estratégias e projetos de favorecimento mútuo.  Juci Santana chama atenção para as características de inovação, capacidade de adaptação e rede para começar a escalar um empreendimento (Foto: Divulgação) “No caso da Gata Preta, a marca que nasceu numa Feira de Economia Solidária há 3 anos, tinha até a pandemia, a maior parte receita advinda das vendas presencias”, rememora. 

Ela conta que durante a pandemia, foi necessário reinventar o negócio, reposicionar a marca, repaginar as redes sociais, criando um catálogo virtual e buscando novas parcerias. “Estabelecemos uma colaboração com a Rede Sempre Viva, um clube de assinaturas de biocosméticos, formado por grupos de economia solidária, liderados majoritariamente por mulheres empreendedoras”, conta.

O representante da Minha Casa Financiada faz questão de pontuar que negócio escalável é aquele que apresenta crescimento acelerado sem precisar aumentar os custos na mesma proporção. “Existem diversos aspectos, mas não podemos deixar de falar sobre o ponto principal: negócios realmente escaláveis usam tecnologia inovadora como elemento primordial e realmente sanar uma dor no mercado. É necessário que tenha demanda para isso”, explica.

Diferenciais

Motta é enfático em lembrar que o diferencial nos negócios  não está atrelado ao crescimento. Para ilustrar a afirmativa, o CEO lembra do NUBANK, cujo maior diferencial era desburocratizar os bancos. “Hoje, valendo US$ 40 bilhões, ele consegue entregar e manter seu diferencial com sucesso”, reforça, lembrando que sem uma cultura de crescimento analítico, não existe crescimento.

“Crescimento (growth) é exatamente metrificar todas as ações da empresa, para que você tenha um histórico para aplicar novas estratégias. Nenhuma empresa sem uma equipe de growth cresce. É de lá que sairão as decisões de como fazer para chegar ao próximo nível”, orienta.

No caso da Gata Preta, Juci lembra que além de manter a qualidade dos produtos, foi preciso atentar para as demandas conterrâneas que se alinham aos ideais da marca. “Inclusive foi diferencial como um empreendimento solidário de mulheres pretas, de periferia, ecologicamente conscientes e que pensam no cuidado sob uma perspectiva ancestral que nos projetou e fez maiores”, diz.  

Ela cita a linha de Sais de Banho Gata Preta para Chuveiro, resultado de uma análise de mercado que indicou o desejo pelo produto, num país tropical, onde banheiras não são comuns e que podem ser facilmente repostos por nossos refis. “Outra iniciativa é a nossa presença em lojas colaborativas, dividindo espaços com outras marcas que valorizam o trabalho artesanal e o empreendedorismo feminino”, exemplifica.

Reflexões para crescer

  1.  Pense com cuidado nas razões que levam à expansão da empresa. Sobreviver em um mercado competitivo? Aumentar a geração de lucro? Ampliar o market share? Alcançar maior valor de mercado? Ou tudo isso? “Crescer também faz parte do processo de sobrevivência de uma empresa no mercado. Em alguns casos, a empresa passa a ser uma companhia com bom valor somente quando escala”, reforça Marcel.

  2.  Elabore uma estratégia futura. Gandra aponta algumas perguntas que também devem ser feitas para guiar a construção desses passos, seguindo esta ordem de questionamentos: Onde queremos chegar? Quais caminhos devemos tomar? O que devemos atingir? O que temos que fazer?

  3.  Escolha um caminho para escalar: crescimento orgânico, M&As (fusões e aquisições, na sigla em inglês) ou franquias. Algumas empresas crescem organicamente utilizando o seu resultado para reinvestir. Outras escolhem comprar empresas relativamente maduras, pois isso encurta o tempo para atingir a meta de quantidade de unidades. Há ainda quem opte pelo sistema de franquias, pois na maioria dos casos já se tem um modelo testado, o que traz maior segurança para alguns perfis de investidores. (Fonte: Marcel Gandra, sócio-diretor do Grupo Ultra)