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Audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT) na quarta-feira (30) não resolveu impasse
Publicado em 31 de outubro de 2019 às 17:02
- Atualizado há um ano
A novela envolvendo os sindicatos dos lojistas e dos comerciários não acaba. As duas categorias não chegaram a um entendimento, e o funcionamento das lojas e comércios de Salvador ainda é indefinido para o feriado de sábado (2), Dia de Finados. Outra reunião está marcada para a manhã dessa sexta-feira (1), na sede do Sindicato dos Lojistas (Sindlojas), no Comércio.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) realizou uma audiência na manhã de quarta-feira (30) para tentar chegar a um entendimento entre as partes e garantir o funcionamento do comércio no feriado. No entanto, como não houve acordo, o MPT marcou outra reunião para essa sexta-feira (1º).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Comerciários de Salvador, Renato Ezequiel, durante a audiência, os representantes dos lojistas afirmaram que não poderiam pagar os retroativos equivalentes aos anos de 2018 e 2019, que, em média, já chegam a quase R$ 1 mil por trabalhador e pediu que os trabalhadores abrissem mão do valor.
“Tivemos uma reunião ontem (quarta) no MPT, e a única proposta que eles fizeram foi afirmar que não podem pagar os retroativos de 2018 para 2019. São cerca de 100 mil comerciários, é muito dinheiro. Essa proposta não interessa aos trabalhadores, à sociedade e nem ao sindicato. Caso eles não assinem a convenção coletiva, só poderão abrir as lojas as empresas que assinaram o acordo com o sindicato”, afirmou Renato.
Ele faz questão de lembrar que o Sindicato dos Comerciários já assinou os acordos com várias empresas do setor lojista, inclusive com lojas âncoras e com o setor de supermercados.
“Não podemos aceitar essa situação. O Sindilojas assinou convenções coletivas no ano passado e neste ano também, com mais de 50 sindicatos de comerciários na Bahia. Não pode tratar dessa forma os comerciários de Salvador”, completou.
No entanto, para Paulo Motta, presidente do Sindlojas, a orientação da categoria é para não funcionamento das lojas no sábado (2), porque, segundo ele, o Sindicato dos Comerciários impôs condições inviáveis suportadas pelo comércio.
“Não vai ter funcionamento, pois não houve negociação entre os sindicatos dos lojistas e o dos comerciários que viesse viabilizar a questão dos trabalhadores para o dia 2 de novembro. Como não tem convenção, não tem acordo, então o comércio lojista não abre nesse feriado”, pontuou Paulo.
Apesar de anunciar que não terá funcionamento, Motta garantiu que a intenção do Sindlojas é preservar o emprego dos trabalhadores.
“Desde março que queremos negociar e não se avançou nada, nada que construísse uma realidade para os trabalhadores. Existe, por parte do Sindicato dos Comerciários, uma façanha para gerar receita para o sindicato, e não para o trabalhador. Há uma divisão muito séria em relação ao interesse do trabalhador e o interesse do sindicato”, apontou.
* Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro