Só metade das vacinas BCG, contra a tuberculose, é entregue pelo MS

Ministério da Saúde afirmou que houve um problema de logística

Publicado em 26 de abril de 2019 às 10:05

- Atualizado há um ano

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O Ministério da Saúde deverá entregar aos municípios 48% do quantitativo previsto da vacina BCG, que protege contra tuberculose. Representantes de secretários municipais de Saúde receberam um comunicado da pasta nos últimos dias sobre a redução das remessas. 

Mauro Junqueira, do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, afirmou que as prefeituras estão preocupadas e, diante da situação, passaram a limitar aplicações. Para não haver perda, frascos com múltiplas doses são abertos apenas em dias específicos. O receio é de que o problema dificulte ainda mais o trabalho de convencimento dos pais. 

O País assiste há dois anos uma redução dos níveis de cobertura vacinal. Uma das explicações para a redução é o grande número de vezes que pais têm de levar crianças aos postos para completar o cronograma da imunização. A BCG é a primeira vacina do calendário. O risco é de que, enfrentando dificuldades já na primeira aplicação, pais fiquem desmotivados.

O ministério, no entanto, afirmou que a redução da distribuição é pontual, atribuiu a entrega menor do que o planejado a problemas de logística e garantiu que o problema será resolvido. O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, afirmou que a pasta transferiu o armazém das vacinas do Rio para São Paulo e a mudança acabou atrapalhando as distribuições. 

Além da BCG, secretários disseram estar preocupados com estoques reduzidos de soros para pacientes que foram picados por animais peçonhentos. Oliveira afirmou que a expectativa é de que a produção seja normalizada no próximo semestre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Bahia  A Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que a Bahia tem 222.900 doses em estoque para serem distribuídas para os municípios, e que essa quantidade é suficiente para cerca de 4 meses.

A BCG está disponível para crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias. No entanto, deve ser administrada o mais precocemente possível, logo após o nascimento. Por mês, são vacinados cerca de 20 mil bebês na Bahia.

A Sesab informou que aproximadamente 60% das doses são perdidas por conta da validade precoce da vacina. Cada frasco tem 20 doses, mas depois que ele é aberto a vacina tem até 6 h para ser aplicada, por isso, o estoque de 222,9 mil deve durar apenas 4 meses.

Segundo a Sesab, o Ministério da Saúde já recomenda, há alguns anos, a adoção de estratégias para redução de perdas da BCG. Essas medidas dependem da realidade de cada município e são definidas pela gestão municipal.