Sob comando de Frias, gestão foi dominada por 'olavismo cultural', diz exonerado

Maurício Noblat Waissman afirmou que saiu por discordância da equipe

  • D
  • Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2021 às 14:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcos Correa/PR

Maurício Noblat Waissman, que foi exonerado da Secretaria Especial da Cultura, disse que gestão da área no governo de Jair Bolsonaro (sem partido) está dominada pelo que chamou de "olavismo cultural", em referência ao escritor Olavo de Carvalho.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Waissman diz que sua saída acontece por conta de discordâncias ideológicas com a equipe e afirmou que foi "inocente" ao acreditar que pudesse realizar algo nessa gestão. A exoneração foi publicada nesta terça-feira (31) no Diário Oficial.

"Não tenho esta visão de eterno confronto com o meio artístico e de enxergar o artista, do famoso ao mais humilde, que luta pelo seu sustento, como alguém 'atrás de mamata'. Não concordo com transformar o setor artístico num espantalho, politizando-o, por ter havido falhas em períodos anteriores", diz Waissman. 

Além de publicitário e advogado, Waissman é artista plástico. "Por ser artista, não compartilho do olavismo cultural, que é o motor na atual gestão. Tive contato com vídeos e livros do Olavo de Carvalho anos atrás, mas, quando me aprofundei nos dois últimos anos, tanto sobre seu trabalho como sobre os autores recomendados por ele, vi que não me identificava", acrescenta.

Waissman foi nomeado em outubro do ano passado pelo secretário Mario Frias.