Solidariedade S/A e a covid - 19

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  • Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Gestores públicos, sobretudo aqueles que têm atuado de forma responsável em todo país, vêm empenhando  todo esforço possível no combate à pandemia da covid-19 e ,ao mesmo tempo, atuando fortemente na assistência social às famílias mais carentes. 

A gestão municipal de nossa capital vem dando exemplos que têm inspirado gestores de outras capitais brasileiras, e também se destacando internacionalmente com as ações adotadas de combate à pandemia, com a inclusão delas na plataforma Cities For Global Health (Cidades pela Saúde Global), que reúne as melhores políticas públicas no enfrentamento da covid-19. A capital baiana é a única cidade do Norte/Nordeste do Brasil aprovada para divulgar as iniciativas contra a doença como referência mundial. 

Na outra ponta, empresas de todos os portes, mesmo sentindo os efeitos atingindo diretamente os seus negócios, têm adotado iniciativas de combate à propagação da covid-19 e também auxiliando estados e municípios  na assistência às populações mais carentes. Iniciativas de extrema importância no momento que para muitos é de pânico e desolação. Os exemplos de solidariedade corporativa no Brasil e em nossa cidade se multiplicam. As empresas têm feito doações que chegam onde são necessárias, e também várias delas têm mudado sua produção para garantir o abastecimento de produtos essenciais em tempos de contaminação. 

Pesquisa recente elaborada pela Rede Brasil do Pacto Global, iniciativa de sustentabilidade corporativa da Organização das Nações Unidas (ONU), verificou que 10% dos entrevistados estão desenvolvendo medidas para conter ou limitar o avanço da covid-19, como a doação de equipamentos ou insumos a hospitais. Importante lembrar que no Brasil, a  responsabilidade social no âmbito das empresas não tem um início preciso, mas há registros de ações sociais de empresários desde o século XIX. Entre os anos 50 e 60, começou-se a repensar a ideia da responsabilidade social vigente e expandir seus horizontes a partir dos Estados Unidos. Até então, a responsabilidade social limitava-se apenas a ações de filantropia, que inicialmente assumia caráter pessoal, representado pelas doações efetuadas por empresários ou pela criação de fundações.

Anos depois, a ideia de responsabilidade social como uma forma de atuação ampla começou a expandir-se também por aqui. A partir dos resultados da Revolução industrial, com a o avanço da degradação dos ecossistemas e, por consequência, da vida humana, começou a surgir novas reflexões sobre o papel das empresas frente às obrigações legais, ambientais e sociais de maneira geral. Avançamos muito daquela época até os dias de hoje, e  fica cada vez mais forte o entendimento de que as empresas estão inseridas em um meio complexo, onde suas atividades têm impacto sobre diversos agentes sociais, comunidade e sociedade, e sua importância, sobretudo a sua forma de atuação, pode e deve ter forte influência nas cidades que vivemos. 

Se você for aos dicionários, irá encontrar definições bastante distintas para o conceito de 'cidade', a maioria delas  está vinculadas a questões urbanísticas ou político-administrativas.  Refletindo recentemente sobre essas questões, relembrei de uma definição de cidade que gosto muito, que ouvi certa vez no início dos anos 2000, do educador colombiano José Bernardo Toro, quando participava de evento sobre cidades em Bogotá, ele disse o seguinte: “uma cidade é uma acumulação de energia que se manifesta pela quantidade e qualidade de transações que gera ”. 

Penso que este conceito nunca esteve tão atual, sobretudo na perspectiva do papel das empresas em meio à pandemia, pois muitas delas, mesmo com todos os reflexos sobre o seu fluxo de caixa, têm buscado alternativas de ser solidárias para com a cidade, sobretudo para os que mais precisam. Devemos nos lembrar delas, quando tudo isso passar, e vai passar.

Isaac Edington é presidente da Saltur e Coordenador da campanha da Prefeitura Salvador Solidária