Sou Fortaleza no jogão contra o Galo

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  • Paulo Leandro

Publicado em 20 de outubro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Hoje é uma noite luxuosa para o torcedor brasileiro pois vão enfrentar-se os dois melhores times da temporada, o Atlético Mineiro, Campeão do Gelo, e o Fortaleza, o Leão do Pici.

O jogão vale pela semifinal da Copa do Brasil, e não há favoritismo: o equilíbrio é tanto a ponto de cada time ter vencido uma na casa do adversário na campanha do Brasileiro. E foram jogos apertados, duríssimos, decididos em detalhes.

Um parêntese; em relação ao Brasileiro, o líder Atlético precisa abrir bem seu olho de Galo, porque o fantasma de Wright está à espreita para beneficiar os bonitinhos do Rio de Janeiro.

A diretoria deve vigiar de todas as maneiras para não tomar rasteira na reta de chegada: vejam que o Flamengo ficou com dois jogos a menos na tabela e pode pegar times desmotivados, garantindo aí mais seis pontos, enquanto o Atlético corre risco de ser garfado.

Conta o time das Alterosas com o incrível, rico, forte e velho Hulk, todas as qualidades em um só excelente jogador, o melhor do futebol pentacampeão hoje. 

Não é à toa ter sido formado no Lyceum de Canabrava, onde se lê, acima da porta de entrada: “aqui só entra quem sabe tratar a redonda com carinho e respeito”, atribuindo-se ao conhecimento de gênero a admiração, o amor e o louvor à mulher, afinal, a bola é feminina, não é mesmo? 

Encontrou com sapiência o Galo o melhor parceiro para o monstro exposto aos raios gama do Vitória: Hulk é explosão e altera sua genética, quando o suor vai pingando do rosto, enquanto seu parceiro argentino de ataque toca o bandoneón ao melhor estilo dos gardelitos. 

É a perfeita combinação de Nacho Fernandes com Hulk, e ainda tem o apoio de Guilherme Arana, em um conjunto bem entrosado, tendo do outro lado uma excelente equipe, contando com talentos como Yago Pikachu. 

Acrescente-se o esforço de um clube sediado no Ceará para ficar entre os quatro melhores, pois nem com a mudança da capital federal para Brasília, o futebol deixou de ser controlado no Rio, onde a proximidade geopolítica fla-vorece o Plano Wright.

Os obstáculos enfrentados pelo Fortaleza são muito maiores, representando o time cearense o herói capaz de chegar entre os gigantes mesmo tendo um orçamento bem menor, fazendo excelente campanha também no Brasileiro, mantendo-se no pelotão dianteiro.  

De um ponto de vista do quanto o Leão teve de se superar, comparando-se com os outros três semifinalistas, a taça já deveria ter sido enviada para Fortaleza.

Uma curiosidade capaz de unir rubro-negros e tricolores é a capacidade híbrida do Fortaleza em ser um Leão azul, vermelho e branco, unindo o animal de poder do Vitória às cores da bandeira do Bahia.

O Atlético é Campeão do Gelo em referência a uma vitoriosa excursão à Europa nos anos 1950, mas é também o Campeão dos campeões, tendo conquistado o primeiro título brasileiro em 1971.

Não vou apostar no Galo, mesmo sendo muito grato a melhor professora de lógica do Brasil, uma fiel atleticana: é jogo pra pirão, de igual para igual, o Atlético precisa fazer seu resultado hoje para tentar administrar no Castelão, no jogo de volta.

Por uma questão de ancestralidade, como minha vó Ritinha era uma bela cearense de Camocim, então sou Fortaleza desde antes de vir ao mundo.

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade