'Sou negra sim', diz mulher acusada na internet de fraudar cotas

Glaucielle Dias foi aprovada no concurso da PF em 2018; imagens comparando sua aparência no exame de heteroidentificação começaram a circular há alguns dias

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  • Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2020 às 22:22

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Twitter

(Foto: Reprodução/Instagram) Glaucielle da Silva Dias, também conhecida como Glau Dias nas redes sociais, divulgou, nesta quinta-feira (17), um vídeo no qual se defende da acusação de ter fraudado a seleção de cotistas em concurso da Polícia Federal (PF) em 2018. Na gravação, ela diz ser "negra parda" e que não fez 'nada de errado'.

De acordo com o jornal Correio Braziliense, há alguns dias, começou a circular na internet uma foto que mostra Glaucielle no exame de heteroidentificação, que serve para constatar que os candidatos inscritos para as vagas de cotistas são, de fato, negros. A aparência da influenciadora digital na ocasião foi comparada com outras imagens, colhidas de suas redes sociais. Por ela aparecer, na foto tirada pela banca do concurso, com o cabelo ondulado e a pele mais escura, internautas a acusaram de ter fraudado o sistema de cotas.

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Após as imagens viralizarem, Glaucielle publicou um vídeo no perfil do Instagram de seus advogados. Na filmagem que dura 12 minutos, ela nega que tenha fraudado o exame e que, quando passou a atuar como policial federal, aproximou-se de outros candidatos cotistas aprovados, sendo dela a iniciativa de criar o grupo de whatsApp que os reúne. "Nunca me escondi de nada nem vou me esconder, porque eu sei que nunca fiz nada de errado", afirma.

Ela diz que a foto que circula nas redes foi tirada pela própria banca examidora, a Cespe/UnB, e que cinco pessoas estavam na sala no momento e que coube a eles autorizá-la a disputar uma das vagas de cotistas. Ela chama de absurda a afirmação de que se pintou e diz que as fotografias podem alterar a cor de pela das pessoas. Ela, então, mostra fotos de familiares para mostrar que a mãe e a avó são negras. Diz ainda que vem de uma família pobre, que sempre estudou em escolas públicas e que sofreu preconceito racial durante toda a vida.

Ela também nega que a fraude tenha levado à sua exoneração. Glaucielle diz que ela e o noivo decidiram sair do serviço público para se dedicar a uma empresa familiar. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 3. No documento, consta que o desligamento ocorreu a pedido.

Por fim, ela diz que tomará medidas legais contra os que a ofenderam. "Quando você ofende aquele meu cabelo, você ofende meu cabelo de verdade"