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Eduardo Athayde
Publicado em 24 de julho de 2019 às 11:13
- Atualizado há 2 anos
Quando o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) produzindo cenários globais para orientar rotas de investimentos, lançou o plano Action2020, mostrou oportunidades que empresas terão em um mundo sustentável, atraindo interesse de grandes investidores e de líderes globais da mineração.>
O Fórum Econômico Mundial, ajudando a impulsionar a indústria 4.0, onde os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável / Agenda 2030, da ONU, estão inseridos, vem destacando a transformação digital na indústria da mineração, mostrando os resultados que a "eco-nomia digital" pode gerar, mais de US$ 425 bilhões, até 2025 com redução de 610 milhões de toneladas de emissão de CO2 - uma externalidade fatorada nos balanços e computada em análises de riscos das empresas.>
Sabe quanto de níquel tem na bateria, microfone e chip do seu celular? Produtos da mineração estão por toda parte, segundo o International Council of Mining and Metals - ICMM, um carro médio contém uma tonelada de ferro e aço, 100 kg de alumínio e 19 kg de cobre. Um aerogerador de 2MW contém cerca de 300t de aço, 5t de cobre, 3t de alumínio e mais cimento que requer calcário e pedra; creme dental contém sílica, calcário, alumínio, fosfato, flúor e titânio; e maquiagem feminina mica e talco. >
CEO da Anglo American, uma das maiores empresas de mineração do mundo, Mark Cutifani, atento ao Action 2020, destaca que a indústria global de mineração impulsiona, no seu conjunto, mais de 45% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, seja diretamente ou através do uso de produtos que facilitam outras indústrias. A receita de produtos de mineração contribui diretamente com 11,5% para o PIB global; indústrias de serviços de mineração mais 21%, fertilizantes para agricultura, combustível para transporte e materiais para construção, outros 23% - elevando a contribuição do setor, reforça Cutifani.>
Ocupando apenas 0,5% do território brasileiro o setor mineral, que cresceu 550% na primeira década do século XXI, representa cerca de 30% da balança comercial, movimentando US$ 50 bilhões por ano na última década. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM, as 10 mil minas do país – 87% delas de micro e pequeno porte – geram 180 mil empregos diretos e mais 2,2 milhões de empregos indiretos. “O Brasil é uma potência mineral, só que os brasileiros não sabem disso”, afirma o diretor de sustentabilidade do IBRAM, Rinaldo Mancin.>
Alerta para o crescimento do setor, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM, em parceria com o IBRAM, Ministério de Minas e Energia, Agencia Nacional de Mineração – ANM, Companhia Brasileira de Pesquisa Mineral - CPRM, Instituto de Geociências da UFBA-IGEO e o International Council of Mining and Metals - ICMM, está realizando o “I Fórum Internacional de Inovação e Sustentabilidade na Mineração – FIISM”, promovido pelo Jornal CORREIO/Rede Bahia, na sede da Federação das Industrias da Bahia- FIEB.>
Junto com o IBRAM será lançado o Hub de Mineração da Bahia, o segundo do país, seguindo a exitosa experiência do Hub de Minas Gerais [mininghub.com.br], um canal de inovação aberta, mostrando tendências do setor e relacionamento entre mineradoras, fornecedores e iniciativas de base tecnológica.>
Durante o evento também serão mostrados inovadores processos de desidratação de barragens que resgatam água para reuso e transformam rejeitos em novos negócios. Enquanto rejeitos de ferro, bauxita, fosfato e calcário são usados como insumos para produtos consumidos na construção civil; nas estradas, rejeitos são transformados em base arenosa impregnada de ligante hidráulico, técnica já consolidada na Europa. >
Segundo o Departamento de Engenharia de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais o volume da barragem de Mariana (MG) – 63 milhões de m³ – poderia ser transformado em base para estrada com 3.500 km ou utilizado na construção de 120 vilas, cada uma com com 200 casas de 46 metros quadrados de área.>
Localizado em Salvador, o Hub de Mineração da Bahia, além do foco terrestre, abraçará também pesquisas e negócios da economia azul (cobiçada nova fronteira da economia internacional) na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira, com 5,7 milhões de Km2, batizada pela Marinha de Amazônia Azul e sediada na Baia de Todos os Santos.>
*Eduardo Athayde é diretor do WWI Brasil. >