'Sua partida nos deixa sem chão', diz família após morte cerebral de Gugu Liberato

Apresentador teve morte cerebral confirmada na noite desta sexta-feira (22)

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  • Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2019 às 21:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

A família de Gugu Liberato divulgou uma nota oficial logo após a confirmação da morte cerebral do apresentador, na noite desta sexta-feira (22). Ele estava no sótão de casa, trocando o filtro do ar-condicionado, quando pisou em falso e se desequilibrou. O forro de gesso cedeu e Gugu caiu de uma altura de aproximadamente 4 metros, batendo a cabeça na quina de um móvel. O acidente doméstico aconteceu em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos.

"Este é um momento que jamais imaginamos viver. (...) Nosso Gugu sempre viveu de maneira simples e alegre, cercado por seus familiares e extremamente dedicado aos filhos. E assim foi até o final da vida, ocorrida após um acidente caseiro", inicia o comunicado.

Segundo os famliares, após a queda, Gugu foi socorrido pelo filho, que chamou uma ambulância, e foi levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Orlando Health Medical Center, onde deu entrada em escala de Glasgow de 3, que é a medida usada para medir a consciência e a evolução das lesões cerebrais em um paciente. Como os exames indicavam um sangramento intracraniano severo, os médicos optaram por não fazer uma cirurgia.

Após 48h de observação, a família chamou o neurocirurgião brasileiro Guilherme Lepski, que confirmou a morte cerebral - por pedido do apresentador, os órgãos serão doados."Gugu sempre refletiu sobre os verdadeiros valores da vida e o quão frágil ela se revela. Sua partida nos deixa sem chão, mas reforça nossa certeza de que ele viveu plenamente. Fica a saudade, ficam as lembranças – que são muitas – e a certeza que Deus recebe agora um filho querido, e o céu ganha uma estrela que emana luz e paz", completa a nota.Gugu Liberato deixa três filhos, João Augusto ,de 18 anos, e as gêmeas Marina e Sophia, de 15. Ainda não há informações sobre o traslado do corpo para o Brasil, nem local e horário do sepultamento.

Vida para a TV Antônio Augusto Moraes Liberato, o Gugu, nasceu em São Paulo em 10 de abril de 1959. Filho de portugueses, desde cedo ele era apaixonado pela televisão e chegou a escrever cartas para Silvio Santos sugerindo programas. O dono do SBT resolveu dar uma chance e o contratou, aos 14 anos, como assistente de produção do seu programa, Domingo no Parque.

Um dos mais bem sucedidos apresentadores do Brasil, ele comandou vários programas, comoo Viva a Noite, Domingo Legal e Gugu. Atualmente, estava à frente do reality show Power Couple, na Record TV, e do programa de calouros Canta Comigo, que teria final ao vivo em 4 de dezembro.

Por muitos anos, foi ligado ao SBT. No auge do seu sucesso no Viva a Noite, em 1987, chegou a assinar contrato com a Globo, mas segundo matérias da época Silvio Santos foi pessoalmente na concorrente para negociar a liberação do apresentador com Roberto Marinho, para que seguisse em sua emissora. Em 2009, deixou de vez a emissora e foi para a Record. Ficou até 2013 e retornou à emissora em 2015.

Gugu também teve participações em filmes. Ele atuou ao lado de Xuxa e Angélica e do grupo Trapalhões. Também lançou CDs e LPs. Gugu para Crianças foi seu maior sucesso, vendendo mais de 100 mil cópias.

O apresentador recebeu 11 estatuetas do Troféu Imprensa.

Na vida pessoal, o apresentador sempre foi discreto. Era casado com Rose di Matteo, com quem teve três filhos, João Augusto, 16, e as gêmeas Marina e Sofia, de 13. A família vivia atualmente em Orlando, nos EUA. Ele deixa ainda a mãe, Maria do Céu.

Mácula Em setembro de 2003, Gugu se envolveu em um polêmica após exibir na atração uma entrevista com dois supostos integrantes da facção criminosa PCC. Na conversa, os homens faziam ameaças ao então vice-prefeito de São Paulo Hélio Bicudo, e a três apresentadores de programas policiais: José Luiz Datena, Marcelo Rezende e Oscar Roberto Godói. Tanto o apresentador quanto sua produção foram acusados de forjar a conversa. Até mesmo o PCC havia negado o caso, que foi parar na justiça.