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Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2022 às 19:21
O homem apontado como principal suspeito de ter matado a pedagoga Nazaré Barros Lagos, de 48 anos, a facadas, agrediu o sobrinho dias antes do crime. A briga aconteceu após ele ter uma crise de ciúme de Nazaré, de quem era vizinho.>
Embora a polícia não confirme a situação, o relato de testemunhas é que o suspeito, um homem com mais de 60 anos, cujo prenome é Jackson, se estranhou com o familiar.>
“Esses dias, eu soube que teve uma situação dele com um sobrinho. O sobrinho foi visitar ele, e parece que achou Nazaré bonita ou teve algum ‘affair’ com ela, e isso despertou, nele, o ciúme”, disse o empresário George Douglas Gouveia, 51, que conhecia a vítima há quase 20 anos e o suspeito há mais de dez.>
Diante da situação, Jackson teria ameaçado o sobrinho. “Houve, inclusive, presença da polícia, com registro de vias de fato, e ele não foi levado detido porque precisava cuidar da mãe, que tem 95 anos”, completa.>
Nazaré foi assassinada na noite de domingo (18), no Acupe de Brotas. O crime, é investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico). Segundo a Polícia Civil, o corpo da pedagoga foi encontrado dentro do apartamento onde ela morava e tinha perfurações de arma branca.>
Jackson teve a prisão decretada e está foragido.>
Vítima era reservada Nessa terça-feira (18), por volta das 11h, além de familiares, colegas e amigos de Nazaré, estiveram presentes, no Cemitério Campo Santo, a incredulidade e, principalmente, a indignação com o que tinha acontecido. O velório era na sala 8 do cemitério, mas as pessoas que tinham ido se despedir da pedagoga estavam espalhadas por quase toda a ala, composta de quatro salas, e, em pequenos grupos, murmuravam especulações a respeito do crime.>
A maioria das manifestações de luto por parte das várias pessoas que estiveram no local era contida. Faltavam palavras, mas sobravam trocas de carinho entre si. A ficha custou a cair — sobretudo, para alguns familiares: de dentro da sala, se ouviram gritos de duas mulheres ao terem se deparado com o caixão da vítima. No momento em que todos caminhavam até o túmulo, um homem precisou ser contido. “Era pra ser aquele monstro! Era pra ser ele, pra tacar fogo nele”, bradava se referindo ao suspeito.>
Nascida em Salvador, Nazaré era filha única de um casamento entre um paranaense, de Curitiba, e uma baiana, de Castro Alves, no recôncavo. A pedagoga, que atuava como auxiliar administrativa, já havia trabalhado também como motorista por aplicativo e feito transporte escolar. “Chegou até a trabalhar um período [como pedagoga], mas hoje ela preferiu ser autônoma. Graças a Deus, ela sempre foi uma mocinha equilibrada”, disse o primo Sérgio Lagos, 80, paranaense radicado na Bahia.>
Segundo ele e sua filha, Nayana Lagos, 41, Nazaré cresceu na Rua Nossa Senhora de Guadalupe e, após a morte dos pais, morava apenas com os pets havia cerca de cinco anos. Ela nunca tinha se casado nem tido filhos. Apesar do bom relacionamento com a família, o contato não era frequente. “Eu ainda falei com ela uns dez dias atrás: ‘Oi, Naza! Vê se aparece lá, em casa, pra gente almoçar’”, lamentou Sérgio, que acrescentou que a pedagoga pretendia atender ao pedido.>
Nazaré era considerada uma pessoa discreta. Únicos familiares a terem falado com a reportagem, eles, por exemplo, não sabiam a atual ocupação da mulher. “Sempre foi uma moça privativa, na vidinha dela”, comentou o aposentado.“Era uma pessoa querida, mas era reservada e, depois que a mãe faleceu, ficou ainda mais”, complementou a prima de segundo grau.>