Suzano: adolescente não gostou de conselhos dados por tio e o matou antes de massacre

Segundo testemunhas, jovem foi até oficina e atirou três vezes contra parente

Guilherme Taucci Monteiro, 17, com arma e máscara usadas em atentado (Foto: Reprodução/Facebook) O adolescente Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, um dos autores do massacre que ocorreu em uma escola estadual em Suzano (SP), na manhã desta quarta-feira (13), chegou à loja do tio, Jorge Antonio de Moraes, por volta das 9h15, cerca de 20 minutos antes de promover o atentado ao lado do amigo, Luiz Henrique de Castro, 25, que deixou, junto com eles, 10 mortos.

Segundo testemunhas, Guilherme entrou sozinho no local, onde também funciona um estacionamento e um lava-rápido, e disparou três vezes, acertando o celular que Jorge segurava na mão e levantou na tentativa de se proteger. A clavícula e as costas da vítima também foram atingidas. Depois, saiu e embarcou no carro que o esperava na saída.

Amigos e funcionários relataram que o carro não foi roubado no local, mas sim locado em outro lugar. Jorge era conhecido no bairro e tinha a loja há 27 anos. Ele deixa três filhos. 

O gerente de negócios Rodrigo Cardi, 34 anos, trabalhou com Jorge nos últimos 15 anos e disse nunca ter visto Guilherme no local."Parece que o Jorge tentou dar uns conselhos depois que o sobrinho foi mal na escola, mas ele não gostou. Mas no momento do ataque nada foi falado nem houve chance de defesa", disse. Um amigo de Jorge estava no local e testemunhou o ataque. Em estado de choque, foi socorrido e passa bem.

O coronel Marcelo Salles, comandante da Polícia Militar de São Paulo, em entrevista coletiva, por volta do meio dia desta quarta, já havia informado que Jorge Antonio de Moraes era dono da Jorginho Veículos, e que foi baleado em seu escritório, dentro da loja. 

"Foram dois atiradores que foram num lava rápido aqui em frente à escola e atiraram em um homem. Esse senhor está sendo submetido a uma cirurgia na Santa Casa de Suzano neste momento", disse coronel, logo após o atentado, e antes da confirmação da morte de Jorge.

Após os disparos na oficina, os adolescentes entraram na escola pela porta da frente e atiraram na coordenadora pedagógica e em outra funcionária. Além delas, cinco estudantes foram assassinados.

Os mortos, além dos atiradores, são:Marilena Ferreira Vieira Umezo, coordenadora pedagógica Eliana Regina de Oliveira Xavier, funcionária da escola Pablo Henrique Rodrigues, aluno Cleiton Antonio Ribeiro, aluno Caio Oliveira, aluno Samuel Melquíades Silva de Oliveira, aluno Douglas Murilo Celestino, aluno Jorge Antonio de Moraes, comerciante