Teatro Jorge Amado é condenado e terá de pagar R$ 15 mil a produtora

Empresa Compre Ingressos também foi condenada pelo TJ-BA

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 04:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho

Há cerca de um ano, a peça ‘Frases de Mainha’ estreou temporada de verão no Teatro Jorge Amado, no bairro da Pituba, em Salvador. Os ingressos custavam entre R$ 25 e R$ 50 e eram adquiridos tanto na bilheteria - com pagamento em dinheiro - quanto pelo site Compre Ingressos, para compras com cartões de crédito e débito.

O contrato firmado com o teatro e a produtora de eventos DaCultura, responsável pela montagem, previa que 80% da arrecadação pelas vendas das entradas seriam da produtora, enquanto os 20% restantes seriam utilizados para cobrir o pagamento do espaço. 'Frases de Mainha' se apresentou no teatro (Foto: Divulgação) No entanto, após cinco meses do fim da temporada, Larissa Resende (DaCultura) entrou em contato com o diretor do Jorge Amado, Nell Araújo, para cobrar um débito referente ao repasse que deveria ter sido feito. O total era de R$ 15.655,67, o que motivou a produtora a entrar com uma ação de cobrança no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

O processo teve como réus o Teatro Jorge Amado e a empresa Compre Ingressos, que não compareceu a nenhuma audiência e não se manifestou após a condenação, expedida em novembro de 2018 pela juíza Regina Helena Santos e Silva, da 4ª Vara do Sistema dos Juizados Especiais de Causas Comuns.

Na sentença ficou decidido que o valor da dívida deveria ser pago solidariamente (partilhada entre as partes) pelas empresas rés, com juros e correção monetária. No entanto, de acordo com Larissa, até o momento, nenhum montante foi recebido pela DeCultura.

Nell Araújo rebateu e afirmou que, desde que soube da condenação, tem tentado entrar em acordo com a produtora para que, juntos, decidam qual a melhor forma de quitação do débito.“O Teatro, mesmo não sendo responsável pela dívida, não quer que a produtora se prejudique, afinal, somos todos da mesma área e sabemos o quanto a cultura sofre para sobreviver no Brasil”, disse.O diretor também pontuou que o valor não repassado foi referente às compras realizadas por meio do site Compre Ingressos, logo, "o Jorge Amado não tem nada a ver com a dívida".

A produtora cultural, no entanto, questionou a permanência da parceria entre o Jorge Amado e o Compre Ingressos, uma vez que existe uma peça com venda anunciada no site. “Se uma empresa descumpriu um contrato comigo, eu não iria mais trabalhar com ela. E o teatro não fez isso”, declarou.

Já Nell Araújo afirmou que não vai inviabilizar o acontecimento de outras peças em razão do impasse no caso envolvendo a montagem de ‘Frases de Mainha’.

“A gente foi condenado e não recorreu. Isso só comprova que queremos resolver a situação, mesmo a solução sendo o pagamento de uma dívida que não é nossa. Depois iremos cobrar ressarcimento do Compre Ingressos, mas, antes, vamos pagar o que a DaCultura deixou de receber”, garantiu.

“Quitar esse valor com a produtora vem em primeiro lugar. Depois vemos como resolver a questão do Compre Ingressos. Essa é a nossa missão neste momento, porque eu prezo muito por transparência e honestidade”, concluiu o diretor do Teatro Jorge Amado.

O Teatro afirma, ainda, que “está no prazo para cumprir o que foi delegado pela justiça" e que "toda a parte de vendas [de ingressos] de débitos e espécie foi quitada pelo teatro com a produtora”.

* Com supervisão da subeditora Fernanda Varela