Técnica de enfermagem é a segunda morte por covid-19 entre funcionários da Osid

Rosana tinha 44 anos, era hipertensa e estava internada no Hospital Couto Maia

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  • Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2020 às 17:43

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Rosana trabalhava no Hospital Santo Antônio desde 2002 (Reprodução) A técnica de enfermagem do Hospital Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), Rosana dos Santos Cerqueira, 44 anos, faleceu na manhã desta terça-feira (28), no Hospital Couto Maia, vítima do novo coronavírus (Covid-19). Ela atuava na Enfermaria Nossa Senhora de Fátima e trabalhava na instituição desde 2002.

De acordo com a Osid, a técnica estava afastada de suas atividades no hospital desde o dia 13 de abril. Ela estava isolada em casa, mas teve um agravamento no quadro e foi internada no Hospital Couto Maia. Segundo uma funcionária da enfermaria e amiga da vítima, a internação ocorreu há pouco mais de uma semana, em 20 de abril.

Segundo uma funcionária da enfermaria e amiga da vítima, Rosana era hipertensa e sofreu uma parada cardíaca no hospital. Boletim dos casos de coronavírus divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia aponta, entretanto, que a mulher de 44 anos que morreu nesta terça em um Hospital Público de Salvador não tem histórico de comorbidades. A técnica de enfermagem iria completar 45 anos em 7 de maio.

Em nota de pesar, a Osid afirmou que Rosana fez o teste para o coronavírus após passar por atendimento no ambulatório montado nas Obras Sociais para acolher os colaboradores com sintomas gripais. De acordo com a amiga da vítima, Rosana chegou a desmaiar no hospital no dia que foi atendida no ambulatório. 

A responsável técnica da enfermagem da Osid, Luísa Oliveira, afirmou que Rosana era um profissional responsável e carinhosa com os pacientes. “Com os colegas, ela sempre procurava colaborar nas atividades do dia-a-dia. Deixará saudades”, completou a responsável técnica em nota enviada pela instituição.

Rosana é a segunda funcionária da Osid a morrer em decorrência do coronavírus. Na última quarta (22), o técnico de enfermagem Antônio César Ferreira Pitta de Jesus, 48 anos, também faleceu no Couto Maia.

Cesinha, como era conhecido, trabalhava no Hospital Santo Antônio como funcionário da Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue desde 2012. Ele morava no Nordeste de Amaralina e, segundo informou a líder da unidade, Marília Sentges, estava afastado das atividades desde o dia 15 de abril, quando apresentou febre e tosse.

Em 16 de abril, o número de profissionais de saúde infectados pelo coronavírus no Hospital Santo Antônio chegou a 64. Na data, entre os pacientes, o total era 30 casos confirmados, com duas mortes. Após este boletim, a Osid parou de divulgar dados sobre os casos dentro do Hospital Santo Antônio para a imprensa. Os números são repassados apenas para a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), que divulga apenas o boletim consolidado de infectados na Bahia.

Transferência de pacientes Todos os pacientes transferidos como medida protetiva do Hospital Santo Antônio para um centro de acolhimento no Rio Vermelho retornaram para a Osid nesta terça-feira (28). Os infectados pelo coronavírus foram encaminhados para unidades de saúde da rede pública estadual. 

A instituição não divulgou quantos pacientes voltaram para o hospital. Dentre os transferidos para o Rio Vermelho em 19 de abril, 26 possuíam diagnóstico positivo para Covid-19. Os demais tinham perfil etário acima de 60 anos e foram encaminhados por precaução.

O retorno dos pacientes para a Osid começou na segunda (27) após a desinfecção do hospital realizada no último final de semana. Segundo a instituição, a limpeza abrangeu enfermarias, corredores, paredes, sanitários e equipamentos como camas, cadeiras e armários, de modo a higienizar de forma ampla o hospital.

A limpeza foi realizada por profissionais do setor de Higienização da Osid e militares do Comando Conjunto Bahia, formado pela Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira.

No Hospital, também foi instalado um túnel de desinfecção, que começou a funcionar na segunda. O equipamento limpa o uniforme de trabalho dos profissionais de saúde com jatos de uma solução de hipoclorito de sódio.

Para se desinfectarem, os trabalhadores da área de saúde passam pelo túnel antes de sair do hospital ao final do dia de trabalho. De acordo com a Osid, o processo faz com que seja possível retirar o Equipamento de Proteção Individual (EPI) com uma maior margem de segurança.

Além da desinfecção, as iniciativas de enfrentamento ao Coronavírus da Osid incluem a redução de 50% do número de leitos em cada enfermaria; adequações dos sistemas de renovação de ar; realização de testes RT-PCR em todos os funcionários e pacientes, mesmo os assintomáticos; intensificação das auditorias de utilização correta dos EPIs por todos os profissionais de saúde, além da desparamentação desses profissionais; entre outras ações.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela