Tem até calcinha! Veja presentes inusitados oferecidos na Festa de Iemanjá

Presidente da Colônia de Pescadores relata até bolsa de colostomia entre os itens

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  • Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 20:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Bruno Concha/Secom

É tradição para o povo baiano encher o mar do Rio Vermelho de presentes no dia 2 de fevereiro na Festa de Iemanjá. As principais oferendas são flores brancas e azuis, alfazemas, espelhos, pentes e sabonetes, mas tem gente que inova. Na lista dos itens mais "diferentões", tem até bolsa de colostomia.

Há 10 anos à frente da presidência da Colônia de Pescadores, no Rio Vermelho, Marcos Santos Souza, conhecido como Branco, conta que tomou um susto quando soube da oferenda.“Numa ocasião, uma mulher ofereceu uma bolsa de colostomia junto com outros equipamentos após alcançar a cura de um problema de saúde. Foi uma promessa feita para Iemanjá”, lembra.Segundo ele, há também quem não poupa esforços para agradar à Rainha do Mar e investe muito dinheiro nos presentes, que variam de joias de ouro a alianças, e quem apele para um presentinho mais simples, como calcinha. Isso mesmo. A peça íntima já foi ofertada e testemunhada pelo pescador.“Oferecem tudo o que se pode imaginar. Já vi muitas moças vindo ao Rio Vermelho no dia 2 de fevereiro e entregando calcinhas para pedir à Iemanjá um príncipe encantando. Não há religião quando o aspecto amoroso está envolvido”, diz aos risos. Ele conta, ainda, que tem quem coloque bilhetes com cabelo cortado e até pratos de comida no mar.

Apesar dos itens curiosos gerarem risadas ao pescador, ele faz um alerta importante: não é qualquer coisa que pode ser colocada no mar. Ele faz um apelo à preservação da vida marinha do local. Presidente da Colônia de Pescadores, Branco ri ao lembrar de oferendas inusitadas (Foto: Bruno Concha/Secom) “Em vez de colocar oferendas que não decompõem, substituir por flores. Perfumes devem ser despejados sem os frascos e sabonetes sem a embalagem. Nada de itens de plástico, vidro ou isopor", pediu Branco, que alerta que os pescadores fazem uma triagem no caramanchão para separar qualquer item que possa poluir o mar. "Mas não dá para fazer isso na parte de baixo, na praia. Por isso estamos interagindo com os pescadores e com a população com essa política de preservação”, acrescenta. 

Como a Festa de Iemanjá acontecerá em um dia de sábado este ano, a Colônia de Pescadores espera um fluxo maior de visitantes na festa - cerca de 1 milhão de baianos e turistas devem passar pelo local entre a sexta-feira (1º), quando o caramanchão será aberto para receber os presentes, e o dia da festa.