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Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2018 às 14:09
- Atualizado há 2 anos
O presidente Michel Temer se pronunciou sobre as acusações de ter lavado propina em imóveis de sua família, nesta sexta-feira (27), no Palácio do Planalto. Em seu discurso ele afirmou que é alvo de "mentiras" contra sua honra e de tentativas de incriminar a ele e à sua família. “Se pensam que atacarão minha honra, da minha família e vão ficar impunes, não ficarão sem resposta, como esta que estou dando agora”, declarou.>
Ele ainda declarou ser alvo de "vazamentos irresponsáveis" e afirmou que vai pedir a apuração da situação ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, ao qual está subordinada a Polícia Federal.>
“Vou sugerir ao ministro Jungmann que apure internamente como se dão esses vazamentos irresponsáveis, porque, mais uma vez eu digo, não é a imprensa que vai lá de forma escondida para examinar os autos. Os dados são fornecidos por quem preside o inquérito, que comanda o inquérito, seja aonde for, e naturalmente quando isso chega à imprensa, a imprensa divulga”, completou.>
Segundo informações do G1, o pronunciamento de Temer não estava previsto e precisou ser convocado de última hora na manhã desta sexta, antes do encontro dele com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, que faz visita oficial ao Brasil. A equipe da Presidência teve de preparar às pressas o Salão Oeste do Planalto para a fala do presidente, que chegou acompanhado de ministros e assessores. Durante o pronunciamento, Temer mais de uma vez bateu com a mão no púlpito.>
"Venho aqui mais uma vez naturalmente para protestar contra mentiras que são lançadas contra minha honra", afirmou Temer. "Não se tratam de mentiras assacadas contra a minha posição funcional. É contra a minha honra. E pior ainda, mentiras que atingem minha família e meu filho que hoje tem 9 anos de idade", completou o presidente.>
"Só um irresponsável, mal-intencionado ousaria tentar me incriminar, a minha família, minha filha, meu filho de 9 anos de idade, como lavadores de dinheiro", disse.>
Ele atribuiu os supostos vazamentos a uma tentativa de manchar as ações que realizou durante seu governo. "Busca-se desmoralizar a figura institucional da Presidência da República para tentar atrapalhar o natural progresso do país", discursou.>
"Dizer que lavei dinheiro numa casa alugada, dizer que gastei R$ 2 milhões, a insinuação até que se trata de uma reforma de uma casa alugada e em uma outra casa. Em que mundo é que estamos? Eu digo aos senhores, a vocês, que é incrível, é revolvante, é um disparate", declarou.>
Temer ainda questionou a ação da equipe de investigação. Segundo ele, a equipe não poderia atribuir origem ilícita a imóveis se ainda, não foi solicitado à sua defesa nenhum documento, como a escritura. "Até hoje não me pediram. Como afirmam que são de origem ilícita? Eles têm esses documentos em mãos? Não têm. E não pedem", afirmou.>
Ele também destacou sua jornada de trabalho de "quase 60 anos". Temer ainda lembrou sua atuação com advogado, professor universitário, procurador do Estado, presidente da Câmara dos Deputados, vice-presidente e presidente da República.>
"São quase 60 anos de salários e honorários recebidos, seja na atividade seja na aposentadoria. Absolutamente dentro da lei e devidamente declarados nas minhas várias declarações de imposto sobre a renda", disse. >