Temor de violência eleitoral faz Exército mudar planejamento para 2022

Os 67 exercícios militares previstos para o ano foram adiantados e devem ser executados até no máximo setembro.

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  • Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2022 às 20:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcos Corrêa/PR

O Exército Brasileiro decidiu alterar seu cronograma de trabalho em 2022, temendo incidentes de violência durante ou após as eleições de outubro, de acordo com uma reportagem da Folha de S.Paulo. Segundo o jornal, todos os 67 exercícios militares previstos para o ano, que se concentram no último trimestre, foram adiantados e devem ser executados até no máximo setembro.

Depois, todo o efetivo da Força deve ficar à disposição para eventuais necessidades. Ainda de acordo com a Folha, generais e outros oficiais temem que a animosidade entre apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas para a Presidência, e do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), possam descambar para incidentes pontuais de violência.

Chefes militares chegaram a especular sobre como os apoiadores de Bolsonaro, que veem como mais radicalizados, irão reagir se o presidente perder a eleição ou não chegar a ir para o segundo turno.

Há meses, políticos e militares discutem a possibilidade, diante da queda na aprovação e da baixa intenção de voto do presidente, que, segundo o Datafolha, tem os mesmos 22% nos dois quesitos. Em artigo na Folha, o ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública Raul Jungmann alertou, em junho passado, para o que chamou de "pior cenário".

Altos oficiais, não só do Exército mas também de outras Forças, ouvidos pela reportagem, lembram que as manifestações e falas do presidente no 7 de Setembro passado não descambaram para violência, apesar das ameaças de caminhoneiros presentes em Brasília.

Nesse contexto, políticos conservadores e militares observam a colocação do ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo, general da reserva, na direção do Tribunal Superior Eleitoral como uma espécie de seguro contra contestações contratado por Alexandre de Moraes, membro do Supremo que estará responsável pelas eleições.