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Terceiro setor precisa ser capaz de apresentar resultados

Uma boa gestão das ações desenvolvidas na área social deve ser foco na atuação

  • D
  • Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2021 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Reprodução

A capacidade de medir os investimentos feitos na área social são um dos maiores desafios para as instituições que atuam no setor, acredita Fábio Wanderley, superintendente da Fundação Norberto Odebrecht. Tomando como exemplo a sigla ESG, que diz respeito à atuação das empresas na área da sustentabilidade ambiental, social e na área de gestão, ele defende a necessidade de ter foco na governança

“O grande desafio que o terceiro setor tem é o de trabalhar mais com resultados de impacto e é preciso sair um pouco do empirismo. É importante ter a filantropia, para atacar problemas urgentes, como estamos vivendo hoje, mas temos que unir o “G” da governança com o social e o ambiental”, defendeu, durante a participação do programa Política & Economia, veiculado ontem no Instagram do CORREIO (@correio24horas). 

Durante o bate-papo com o jornalista Donaldson Gomes, ele explicou que a governança traz a busca pela medida dos resultados. “Com a capacidade de apresentar seus resultados, o terceiro setor se tornará cada vez mais forte, porque demonstrará que o social realmente vale a pena”, avalia. 

Com base numa análise da agenda de ESG, Wanderley destaca que os indicadores mais relevantes estão relacionadas às métricas que se quer atingir, como, no exemplo da Fundação, redução de emissões, recuperação de nascentes, desmatamento evitado, fornecimento de assistência técnica, entre outros. “A métrica depende muito mais do negócio em que a empresa está inserida”. Segundo ele, muitas vezes é necessário buscar parcerias para a construção dos indicadores. 

O superintendente da Fundação Norberto Odebrecht explica que o mais importante no trabalho com os indicadores na área social é o acompanhamento dos mesmos. “Definir é fácil, é preciso ter atenção e trabalhar para atingir os patamares desejados”, explica. 

Fábio Wanderley torce para que a pandemia da covid-19 tenha trazido mais sensibilidade em relação à importância dos investimentos sociais. “A gente tem visto muita coisa sendo feita, mas eu espero que isso não fique apenas na filantropia. Que todos que começaram a fazer, vistam essa camisa e continuem”, deseja. 

Quando a pandemia chegou ao Brasil o planejamento da Fundação Norberto Odebrecht para 2020 já tinha sido realizado. “Para nossa surpresa positiva, conseguimos superar os resultados com muito esforço”, diz “Não foi fácil, mas com nossos parceiros conseguimos nos superar e manter os resultados que estávamos registrando nos anos anteriores”. Ele destaca a preocupação em garantir a continuidade do trabalho de formação dos jovens. “Se descontinuasse, iria ter um impacto negativo muito grande”. 

“Você imagina um jovem que muitas vezes não tem acesso à internet na zona rural ter os seus estudos descontinuados. Investimos pesado para garantir a continuidade”, conta. O modelo de ensino ajudou bastante no processo, lembra. Parte do aprendizado se dá nas instituições de ensino, em alternância com períodos nas propriedades rurais onde os estudantes vivem.

 “O jovem normalmente passa uma semana imerso na estrutura da escola, estudando, se alimentando e dormindo nos alojamentos e duas semanas na sua propriedade”, conta. Com a pandemia, os monitores foram até as propriedades para dar as aulas. O único prejuízo que tiveram foi o de terminar o ano letivo com algumas semanas de atraso, explica. 

Segundo ele, além de garantir a continuidade das atividades educacionais, a fundação também ajudou mais de 300 famílias, com doações de cestas, máscaras e álcool em gel. 

A fundação foi criada em 1965 pelo engenheiro Norberto Odebrecht. Ao longo dos 56 anos de atuação da entidade, o desenvolvimento do ser humano, o combate à pobreza e à desigualdade sempre ocuparam papéis centrais, destaca Wanderley. Segundo ele, há 18 anos, a atuação da fundação se centrou na região do Baixo Sul da Bahia. 

“Quando a gente pensou em focar a atuação no Baixo Sul, a ideia era atuar para reduzir o êxodo rural, que era um problema alarmante”, lembra. Para alavancar essas ações, a fundação criou um programa social chamado PDCIS, hoje uma marca da fundação na área social. As ações do programa passaram por uma avaliação de impacto em 2018, mostrando os impactos do programa.  

Atualmente, cinco instituições da sociedade civil independentes atuam no Baixo Sul executando o PDCIS. 

Segundo ele, as mudanças na Novonor, dona da fundação, não trouxeram problemas para o funcionamento da instituição. “Pelo resultado efetivo que a fundação sempre gerou ao longo destes anos, não perdemos nenhum investidor social, muito pelo contrário”, destaca.