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Titular na reta final da Série C, Dalton vê Vitória mais equilibrado em campo


 

Goleiro assumiu a posição após a lesão de Lucas Arcanjo

  • Da Redação

Publicado em 13/07/2022 às 20:36:00
Atualizado em 18/05/2023 às 11:14:32
. Crédito: Pietro Capri / EC Vitória / Divulgação

Titular com a camisa do Vitória pela primeira vez no último fim de semana, no triunfo de 2 x 1 contra o São José, fora de casa, o goleiro Dalton deve continuar no onze inicial do Leão na próxima partida, por conta da lesão sofrida por Lucas Arcanjo. Para o duelo contra o Paysandu, que acontece no domingo (17), às 16h, o jogador acredita que a equipe tenha, finalmente, encontrado um equilíbrio dentro de campo. Isso passa pela mescla da equipe, entre jogadores jovens e experientes.

“Todos nós temos o nosso percentual de contribuição, desde os mais jovens até nós, como os mais experientes, passando essa tranquilidade de que eles tem que entender o jogo, entender o momento da partida. As vezes temos essa responsabilidade de sentir no momento o que é preciso fazer. Parar um pouquinho o jogo porque a equipe adversária está num momento melhor, ou se a gente está num momento melhor, acelerar o jogo. São situações que eles irão aprender também com a vivência de jogo, com a vivência de campo. Então, a gente se sente bem tendo essa mescla de experiência e juventude. Acho que é um ponto pra nós termos conseguido aliar muito bem”, avaliou o goleiro.

Aos 35 anos, Dalton terá pela frente o melhor ataque da Série C, com 24 gols marcados. Ao ser questionado sobre a melhor estratégia para enfrentar o adversário, o goleiro rubro-negro garantiu que não existe uma fórmula correta, mas é preciso que o elenco atue no melhor nível para vencer no Barradão. Por outro lado, o Vitória aparece com uma defesa sólida, em comparação com os adversário, e é a quarta menos vazada na competição“Não tem atalho, não tem mistério. É só fazer o nosso melhor. Seja durante a semana, melhorando o que já temos feito ou no jogo. Precisamos fazer o melhor. Porque começa do ataque, não é só propriamente pela defesa, é lá no ataque, onde começa diminuindo os espaços e chega no meio-campo, chega no setor defensivo, nos zagueiros, e depois no no goleiro”, explicou.Dalton ainda completou afirmando que, não só ele, mas todos os goleiros do elenco mostram-se prontos para atuar em campo. “Acredito que se fosse o Lucas, Yuri e o Cabral que tivessem no gol, também iriam fazer sempre o seu melhor. A gente tem que fazer sempre o nosso melhor, melhorar a cada dia, melhorar a cada treinamento, para que no jogo a gente colha o que fizemos durante a semana”, completou na coletiva.

Sobre sua entrada já na reta final da Série C, o goleiro afirmou que já se sente adaptado e explicou que, com as partidas jogadas, irá aperfeiçoar seu ritmo de jogo. A questão ‘ritmo de jogo’ é uma palavra muito controversa, né? Porque a gente trabalha o dia a dia, a gente entende que o jogo é uma situação diferente, a atmosfera de jogo, a batida de jogo. A gente encontra situações totalmente diferentes do que a gente faz no treinamento do dia a dia. O ritmo de jogo você vai adquirir com a minutagem, com os jogos, com as defesas que você faz, com as intervenções. O ritmo de jogo nos traz segurança, nos dá a credibilidade de tentar fazer um lance que, por ventura, com menos ritmo de jogo, você não faria. Mas eu acredito que o trabalho nos dá essa facilidade. A gente vem trabalhando muito bem com o Ferreira, que é um excelente treinador de goleiros, e nos dá essa condição.

Após o anúncio da cirurgia de Lucas Arcanjo, que irá afastar o goleiro do restante da temporada, Dalton disse que conversou com o jogador e contou de sua experiência pessoal com uma lesão no ombro. “Eu passei pra ele que já fiz cirurgia no ombro também, já passei por essa adversidade. A gente tem que entender que o futebol é imprevisível, né? A gente está ali trabalhando e pode acontecer. Não queremos que aconteça, mas aconteceu. Lucas é um grande ser humano, antes de ser um baita profissional. Já admirava antes de ter vindo pra cá, jogamos contra na Série B, então acompanhei todo o trabalho dele e admiro como profissional E agora passei a admirar como pessoa também”, declarou Dalton.

O goleiro aproveitou a coletiva para convocar a torcida do Vitória comparecer ao Barradão no domingo, diante do Paysandu. "Fica aqui o meu convite para a torcida. Sabemos da atmosfera que tem se criado, a gente já viveu isso uma vez e gostaríamos de viver novamente um Barradão lotado. Que a torcida venha, nos apoie, e dentro de campo a gente vai fazer o nosso melhor, a gente nunca vai deixar de lutar, vamos nos dedicar e fazer o nosso melhor. Isso é indiscutível. E o torcedor tem visto isso e vai continuar vendo sempre, sempre que a gente estiver em campo vamos fazer o nosso melhor".

Veja outros destaques da coletiva de Dalton

Dalton, queria uma avaliação sua sobre o trabalho do João Burse. O grupo tem assimilado com facilidade a filosofia do trabalho Burse? Como tem sido o dia a dia com o novo treinador?

- Nós entendemos a metodologia, continuamos fazendo o nosso melhor e os resultados apareceram. Isso dá credibilidade ao trabalho, dá segurança, dá confiança tanto para a comissão técnica, para o próprio João, como para nós também. Então, que a gente continue assim. Tanto a diretoria, comissão técnica, jogadores e todo o staff, né? Que todo mundo entenda que a gente precisa sempre fazer o nosso bem feito e que a gente continue dessa maneira, acreditando até o fim na possibilidade [de classificação para a próxima fase].

Você vai estrear agora em casa, em um Barradão cheio. E será um jogo muito decisivo. Como está sua expectativa para o jogo?

- Todos os jogos são decisivos, né? A nossa torcida é um ponto favorável para nós, que vamos jogar em casa e ter o apoio da torcida. Ela sabe o quanto ela é importante para nós, é o 12º jogador né? Quando a gente vê o Barradão lotado é diferente. E para os adversários também é. Então a conta com os torcedores, a gente sabe do momento do Vitória, mas o Vitória é grande, é gigante.

Nós entendemos o o momentos que estamos passando, sabemos o que o torcedor quer e nós estamos fazendo o nosso melhor. Quero que o torcedor entenda isso também, o quanto a gente precisa deles e o quanto a gente vai fazer por eles. Por eles, por nós e pelo Vitória. Então, nesses 90 e poucos minutos que teremos no domingo, a gente vai entregar o nosso melhor, a gente vai fazer esse sacrifício e vai lutar até o fim.

Dalton, você chega no assume a titularidade num momento bastante decisivo, onde a pressão por resultados é muito forte. Até que ponto essa pressão pode atrapalhar ou ajudar a equipe em busca dos resultados?

- Eu vivo de desafios, né? Então, quando surgiu a oportunidade de vir pro Vitória, eu entendia que era um desafio gigante pelo tamanho do Vitória, pela instituição, pela torcida e pelo o que essa camisa representa no cenário nacional. Não vejo como um peso, eu acho que isso só a proporciona que a gente se prepare melhor. E quanto maior a responsabilidade, a gente tem trabalhado pra isso. É o trabalho que nos dá segurança. Então eu acredito muito nisso. Não acredito que haja atalhos pra gente conseguir os objetivos. Então, a gente tem que estar seguro disso e nós estamos seguros por conta do trabalho que o Ferreira vem fazendo com a gente, e o trabalho que o João vem fazendo com o grupo. Seja qual for a circunstância, fazendo o nosso melhor a gente vai conseguir alcançar os objetivos.

O Vitória está sendo importante para criar em você novamente essa motivação de jogar futebol?

- A gente entende que no futebol criou-se esse rótulo de que o jogador quando atinge uma certa idade ele já é velho, ele já não serve. Mas eu penso que existem dois tipos, existe o jogador de futebol e o atleta profissional. Então quando você é um atleta profissional, independente da sua idade, se você se cuida, se tem um extra-campo profissional, um extra-campo que vai te dar essa condição, você pode seguir até 40 ou 42 anos como outros jogadores vêm fazendo também. Então, eu acredito nisso e a minha motivação é essa.

A partir do momento que eu não tiver mais motivação de vir para o estádio, trocar essa roupa, ir para o campo trabalhar, eu não posso mais estar aqui, porque eu não vou ser fiel comigo mesmo. Eu tenho que ser fiel comigo mesmo para que as coisas aconteçam e para que eu possa fazer o melhor pro Vitória pros meus companheiros.

A vida é um constante aprendizado. Vocês na profissão também não sabem tudo, vocês estão sempre aprendendo. Então, eu com 35, quase 36 anos, estou sempre aprendendo. A cada dia eu tenho que aprender uma coisa nova. Eu tenho que melhorar e estou sempre tentando melhorar. Sei das minhas limitações, sou falho, mas eu acredito nisso, que sempre fazendo o meu melhor eu vou ajudar e contribuir com a equipe.

Como foi essa espera para jogar, em algum momento você pensou que não teria sido bom ter vindo para o Vitória?

- Em nenhum momento passou pela minha cabeça de não ter sido bom, porque eu sou senhor das minhas escolhas, então quando eu fiz a escolha de vir para cá. Eu vim sabendo que brigaria pelo meu espaço, ninguém é contratado para jogar. Eu chego sabendo que eu tenho que respeitar os goleiros que aqui estavam, como fiz e como vou continuar fazendo. Sabia que em algum determinado momento ia acontecer a oportunidade, eu tinha que estar preparado para ela. Eu trabalhei e soube esperar o Lucas, e sempre vou continuar respeitando o Yuri Cabral. Jamais passou pela minha cabeça que a escolha foi errada, a minha escolha foi certa e eu vou seguir com ela até o final, até o último dia do meu contrato quando eu estiver aqui.

Queria que você pudesse falar especificamente sobre sua estreia, diante do São José, e sobre o gramado sintético do estádio

- É uma superfície diferente do que a gente convive, do que a gente treina no dia a dia. Mas a gente se prepara para qualquer tipo de situação. Então, o trabalho que o Ferreira [preparador de goleiros] faz com agente nos dá essa segurança. Lógico que existe ansiedade, mesmo você sendo um goleiro experiente, mesmo tendo vivido muito o futebol. A estreia gera essa ansiedade e expectativa. Porque se não gerasse essa expectativa, não tinha porquê eu estar jogando futebol ainda.

O Dalton, durante a última semana, quase todos os jogadores fizeram publicações a respeito da Lei Geral do Esporte, onde foi aprovado inclusive um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados Federais e está indo pro Senado agora. Está acompanhando isso? Se sim, qual a sua opinião?

- A gente acompanha porque vai acarretar em alguma coisa pra nós, né? A minha opinião é de que se ouça a nossa voz, se ouça a nossa opinião. Tudo o que tem se falado é uma verdade da nossa parte. O Brasil ele vive um caos político, porque a gente nunca sabe aonde a gente vai parar. Então tem que se ouvir o lado do atleta, não adianta analisar esse ponto de vista apenas pela minoria da classe. Tem que se ouvir de modo geral. Que a gente entenda também o lado político, que a gente entenda o que tem sido feito, mas que não pode ficar dessa maneira.