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Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2020 às 15:50
- Atualizado há 2 anos
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) instaurou uma sindicância para apurar o ato de racismo cometido pela escrivã Libânia Maria Dias Torres, que atua na Comarca de Curaçá. Em 16 de setembro, a servidora de 64 anos foi presa em flagrante após dar um tapa no rosto de um policial militar e chamá-lo de "macaco". A portaria que instaura o procedimento administrativo foi publicada na edição desta sexta-feira (25) do Diário da Justiça Eletrônico.>
Na portaria, o corregedor das Comarcas do Interior do TJ-BA, Osvaldo de Almeida Bomfim, baseia sua decisão nas notícias publicadas pela imprensa de Salvador, que apontam que a escrivã espancou uma pessoa, resistiu à ordem de prisão e chamou um policial militar de macaco.>
O desembargador aponta que a servidora deu "ensejo a uma ação policial porque estaria espancando uma pessoa, em meio a qual teria resistido à ordem de prisão e chamado um policial de “macaco”, conduta que, em tese, implica em procedimento público incorreto, nos termos do art. 265, II, alínea c, (procedimento público incorreto ou indecoroso, desde que a infração não seja punida com pena mais grave), da Lei nº 10.845 de 27 de novembro de 2007”.>
O Juiz Corregedor Permanente da Comarca de Curaçá, Paulo Ney de Araújo, foi designado para presidir os trabalhos. Ele recebeu um prazo de 30 dias para realizar o processo de apuração e apresentar as conclusões.>
Relembre Em 16 de setembro, a escrivã chegou a ser presa em flagrante por resistência e injúria racial depois de ter chamado um policial militar de “macaco” e dado um tapa no soldado que atendia uma denúncia de agressão da servidora contra a companheira dela. >
Libânia foi liberada pois a lei de combate ao racismo não permite que a prisão seja convertida em preventiva por conta do tempo mínimo de pena. A liberdade provisória foi homologada pela juíza Ivana Carvalho Silva Fernandes, da Vara de Audiência de Custódia, em 17 de setembro, após o Ministério Público da Bahia se posicionar favorável. >
Segundo nota da PM, por volta das 20h30 de 16 de setembro, uma equipe da 50ª Companhia Independente da Polícia Militar foi acionada para interferir numa briga de casal. A denúncia era de que uma senhora de 64 anos estava sendo espancada dentro da própria residência no bairro do Vale dos Lagos, em Salvador. >
Porém, ao chegarem ao local, os policiais verificaram que a própria Libânia era a agressora. “Mesmo com a presença da guarnição no local, a senhora agrediu a companheira dela fisicamente ao ponto em que o policial da guarnição interveio na agressão”, disse a Polícia Militar, por meio de nota. >
Em seguida, a servidora do TJ-BA deu um tapa no rosto do policial que tentava separar a briga e começou a chamá-lo de macaco. Por isso, foi conduzida até a delegacia.>