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Tradição e tranquilidade atraem foliões para o Campo Grande


 

Samba é um dos destaques do Circuito Osmar, o mais antigo do Carnaval

  • Daniela Leone

Publicado em 02/03/2019 às 07:30:00
Atualizado em 19/04/2023 às 12:39:05
. Crédito: Daniela Leone/ CORREIO

A funcionária pública Dilza Gomes, 48 anos, encheu o corpo de porpurina para pular o Carnaval no Campo Grande. Para ela, o circuito Osmar, o mais antigo da folia, é especial. "É onde tudo começou, a raíz do Carnaval. Venho pra cá todos os dias. Não faço questão de ir para a Barra", disse. 

A promotora de vendas Jualiana Passos, 39 anos, também não. Há 10 anos ela curte a festa no Campo Grande. "É um lugar tranquilo, mais seguro". A bancária Camila Freitas, 37 anos, escolheu o circuito Osmar para passar o Carnaval em família. Sem muvuca, os filhos Marcia Eduarda, 9 anos, e Davi, 5, desfilaram suas fantasias e brincaram à vontade durante a tarde de sexta-feira (1). "Pra criança aqui com certeza é melhor, mais tranquilo e mais protegido", avaliou. 

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O enfermeiro Fred Santos, 43 anos, também se exibiu um bocado. Vestido de mulher, lançou um top e mostrou o barrigão durante a passagem do bloquinho As Saluguetes. "Esse circuito é muito bom, mais espaçoso e aberto", opiniou entre um gole de cerveja e outro.  O enfermeiro Fred Santos teve espaço para desfilar à vontade no circuito Osmar (Daniela Leone/ CORREIO) O circuito mais antigo da folia soteropolitana é o principal espaço do samba nos primeiros dias do Carnaval e atrai muitos apaixonados pelo ritmo. A professora Denise Silva, 55 anos, escolheu o Campo Grande na sexta-feira para ver de pertinho as bandas Bambeia e Harmonia do Samba, principais atrações da programação. "Gosto de vir na quinta e sexta por causa dos blocos de samba. Todo ano venho nesses dias". 

Apesar do samba ser um dos atrativos, na opinião da aposentada Iracema Bonfim, 69 anos, o circuito Osmar precisa ter um número maior de artistas de destaque. "Eu amo aqui, é especial, mas isso aqui já pegou fogo. Agora tá uma maresia", se queixou. A funcionária pública Cristiana Machado, 56 anos, tem opinião semelhante. "As atrações estão muito fracas. Queremos música de qualidade aqui", pediu. 

Já a psicóloga Andreia Ramaciotti, 47 anos, era só elogios ao Carnaval do Campo Grande. Turista de Santos, ela elegeu o circuito Osmar para brincar a folia de Salvador. "Até fui na Barra, mas achei muito comercial. Gostei muito daqui. É mais popular e acolhedor".  A aposentada Maria dos Santos acompanha a folia sem cansar as pernas (Daniela Leone/ CORREIO) Quem gosta de curtir o Carnaval no Campo Grande costuma ser fiel ao circuito. Aos 76 anos, a aposentada Maria dos Santos já não tem energia para ir atrás dos trios, mas acompanha tudo de perto. Na sexta-feira, ela saiu da casa onde mora na Ribeira, no início da tarde, sozinha. Deu uma passadinha na missa da Igreja do Bonfim e seguiu para o Campo Grande sem nem almoçar. Se sentou em um dos banquinhos disponíveis ao longo da Avenida e não se levantou até o início da noite, quando voltou pra casa. "Toda vida gostei de vir pra cá. Trazia meus filhos. Já pulei muito em bloco aqui, mas agora fico só olhando, porque minhas pernas doem, mas nesse sábado (2) eu tô aqui de novo", se despediu, animada.