Transporte público será o principal problema de 2022, avalia Bruno Reis

Decisão sobre tarifa de ônibus sai até maio e aumento pode chegar a 10%

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  • Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2021 às 16:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr/Arquivo CORREIO

O transporte público foi considerado o segundo principal problema de 2021 e será o primeiro de 2022 na opinião do prefeito Bruno Reis (DEM). Desde que o Município assumiu o comando das linhas da concessionária CSN, em junho de 2020, as despesas com Mobilidade dispararam, foram R$ 117 milhões, no ano passado, e R$ 200 milhões, em 2021. 

O gestor apresentou um balanço das contas da prefeitura em um evento no palácio Thomé de Souza, nesta quinta-feira (30), e voltou a afirmar que a tarifa não remunera mais o sistema de transporte público dos municípios. Atualmente, a passagem custa R$ 4,40.“Não temos condições, em 2022, de investir no transporte público tudo o que foi investido em 2021. Salvador nunca colocou R$ 1 no transporte público. Nos dois últimos anos foram R$ 317 milhões. É muito dinheiro para a nossa realidade. Precisamos de ajuda do governo federal para conseguir fechar essa conta”, disse Bruno Reis.A Frente Nacional dos Prefeitos está pleiteando R$ 5 bilhões em subsídios para o transporte. Caso o pedido seja aceito, Salvador vai receber R$ 64 milhões. O prefeito disse que esse recurso vai ajudar também a aliviar o reajuste na passagem, porque o contrato de concessão estabelece correção do valor anualmente e, desta vez, ele pode ser de 10%. Bruno reafirmou que tem até maio para resolver essa peleja e criticou a maneira como a tarifa é dividida. 

“É uma repartição injusta. O metrô fica com 61% da receita e o ônibus com 39%, a não ser que o passageiro pegue dois ônibus, porque aí inverte essa lógica, fica 78% [ônibus] e 22% [metrô]. Mas a operação do ônibus é muito mais cara. Tem motorista, cobrador, pneu, combustível, peças e manutenção, o que o metrô não tem. Esse foi um dos principais fatores para o desequilíbrio no sistema de transporte de Salvador”, disse. 

Ele citou também os serviços de transporte por aplicativo e as vans clandestinas que se multiplicaram pela cidade como outros elementos que ajudaram a reduzir o número de usuários do transporte público e agravaram a crise.