Três fornos de produção ilegal de carvão são destruídos na Bahia

Fiscalização encontrou área equivalente a 295 campos de futebol com supressão de vegetação

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  • Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 15:32

- Atualizado há um ano

Três fornos de produção ilegal de carvão no extremo sul da Bahia foram destruídos em uma operação que durou de 22 de setembro a 5 de outubro. A Operação Florestal, do Projeto Harpia, agiu em parceria com a Operação Mata Atlântica em Pé, do Ministério Público estadual. 

As ações aconteceram nos municípios de Canavieiras, Santa Luzia, Camacã, Mascote, Itapebi, Belmonte, Pau Brasil, Santa Cruz Cabrália e Potiraguá. Nelas, foram apreendidas uma arma de fogo, três animais silvestres, quatro motosserras, sete m³ de madeira nativa desdobrada em pranchões, além de alguns exemplares de caibros e ripões sem comprovação de origem florestal legal.

Participaram também técnicos da sede do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e das Unidades Regionais Sul e Extremo Sul e policiais da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (CIPPA) de Ilhéus e Porto Seguro.

Foram fiscalizadas no período 60 das 90 áreas que são monitoradas pelo Inema através do Projeto Harpia.  Nestes locais foram constatados aproximadamente 295 hectares de área decrementada - isso inclui ocorrências de supressão a corte raso e incêndios florestais. Esta área corresponde a 295 campos de futebol.

Também foram observadas grandes áreas queimadas, algumas ainda relacionadas aos incêndios ocorridos em 2015 e 2016; desmatamentos recentes flagrados no sistema de detecção do Harpia; desmatamentos para produção de carvão; e áreas convertidas em pasto, cultivos de banana e corte seletivo para viabilizar cultivo do cacau-cabruca. No total foram aplicados em campo seis autos de infração e emitido um termo de doação.

O Projeto Hapia é um sistema que usa uma metodologia que tem coleta semanal de imagens de satélite. As imagens são analisadas por um robô para detectar as áreas que têm supressão da vegetação nativa. Depois, a equipe técnica do instituto faz uma auditoria no resultado e seleciona as áreas em que serão feitas as ações e fiscalizações. 

Já a Operação Mata Atlântica em Pé é voltada para coibir o desmatamento e proteger as regiões de floresta que integram o bioma da Mata Atlântica.