'Ultrapassei o limite', diz Mano sobre reclamações com arbitragem

Treinador pediu desculpas por comportamento em jogo com o Fluminense

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  • Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2020 às 16:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

O resultado de derrota do Bahia para o Fluminense, por 1x0, no último domingo (11), no Maracanã, quase ficou em segundo plano. O que chamou a atenção mesmo durante e após o confronto foram as reclamações e declarações do técnico Mano Menezes.

O principal alvo da ira do técnico tricolor foi o árbitro José Mendonça da Silva Júnior, que apitou a partida, e Rafael Traci, que comandou árbitro de vídeo (VAR). Mano chegou a chamar José Mendonça de vagabundo e foi citado na súmula do jogo.

Mais calmo, o treinador reconheceu que ultrapassou o limite e pediu desculpas pelas palavras proferidas durante o jogo.

"Quero deixar uma coisa bem clara. Embora eu não tenha ido ao campo ao término de jogo para reclamar com a arbitragem, fui com o primeiro intuito de tirar os jogadores, tanto que a minha observação é para um jogador nosso, que é o Elias, a captação da fala que tive em relação ao episódio mostrou um descontentamento e uma reclamação indireta sob os fatos que tinham acontecido. Quero pedir desculpas pelo palavreado utilizado, acho que não é adequado em nenhuma circunstância, mesmo quando você estiver certo ou errado. Penso que há um limite para as coisas e eu ultrapassei esse limite", disse Mano durante entrevista na Cidade Tricolor.

"Peço desculpas, não quero deixar transparecer que isso é correto. Não é correto. Um técnico com a minha trajetória tem que saber que mesmo em momentos difíceis, em momentos que você pode achar que está certo, o limite da educação não pode ser ultrapassado, e eu ultrapassei esse limite. Peço desculpa por isso", continuou Mano.

Ainda sobre o tema, Mano Menezes analisou a colocação do microfone próximo da área técnica durante as partidas. Na visão dele, com os estádios vazios por conta da pandemia do novo coronavírus, as conversas entre treinadores e jogadores acabam sendo captadas mais facilmente e expondo situações que acontecem nos jogos, mas que são internas. 

"Eu penso que se valoriza demais isso no Brasil. Vejo na Europa, que é a grande referência nossa. Vamos usar a Premier League, muitas vezes o treinador faz referências ríspidas, mas não vejo o microfone logo embaixo do técnico, o que talvez surgiu até como uma boa ideia para demonstrar o trabalho do técnico, mas ao mesmo tempo torna público diálogos que não são tão bonitos, que são da linguagem do futebol e considerados mais normais. Penso que a gente poderia repensar isso. Ao mesmo tempo que o estádio vazio, o som dessa fala se torna mais audível de forma geral. Ficou um ambiente menos agradável e podemos repensar esse microfone pois não traz benefício nenhum", disse ele.

Nesta terça-feira (13), o Bahia de Mano Menezes voltou aos treinos de olho na partida contra o Goiás, na próxima sexta-feira (16), às 20h, no estádio da Serrinha, em Goiânia.

Com 15 pontos, o tricolor está na boca da zona de rebaixamento e precisa vencer para evitar o retorno ao Z4. O Esquadrão ocupa a 16ª colocação, empatado em número de pontos com o Corinthians, mas leva vantagem sobre os paulistas no número de vitórias.