Um ano após ser preso, dono da pousada Paraíso Perdido morre com tiro na cabeça

Empresário Léo Troesch foi preso junto à esposa por roubo e sequestro em Salvador

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  • Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2022 às 10:11

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O empresário baiano Leandro Silva Troesch morreu com um tiro na cabeça na noite desta sexta-feira (25). Ele era um dos donos da famosa Pousada Paraíso Perdido, em Jaguaripe, no Recôncavo Baiano.

De acordo com informações da Polícia Militar, Leandro foi encontrado caído e com o ferimento provocado pelo tiro dentro da própria pousada. Eles isolaram o local e acionaram o Departamento de Polícia Técnica para remoção do corpo e realização da perícia. A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte do empresário.

Acostumado com os holofotes e a vida glamourosa que levava na cidade de Jaguaripe, na região do Recôncavo Baiano, Leandro foi preso em fevereiro do ano passado, ao lado da companheira Shirley da Silva Figueredo. O casal estava dentro da pousada quando foi surpreendido pela polícia e, na época, a defesa lutava pela soltura, alegando prescrição do crime. Eles foram sentenciados pelos crimes de roubo e extorsão mediante sequestro contra a uma mulher em Salvador. O crime foi cometido em 2001.

Leandro e Shirley viviam uma vida normal, apesar de terem sido condenados em segunda instância pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em 2010 a 14 e 9 anos de prisão, respectivamente, em regime fechado. Apesar disso, os dois estavam foragidos, mas viviam publicando fotos normalmente nas redes sociais. 

Após a morte de Leandro, a pousada suspendeu todas as reservas feitas para o período de Carnaval, justificando apenas que houve um "gravíssimo acidente sofrido pelo proprietário". Não há informações sobre como ficará a situação dos clientes.

Relembre o crime do casal O CORREIO teve acesso às informações do processo que apura as acusações contra Leandro e Shirley. Outras três pessoas contam como réus. São elas: Joel Costa Duarte, Carlos Alberto Gomes de Andrade e Júlio da Silva Santos. De acordo com a Justiça, Joel abordou a vítima no dia 10 de maio de 2001, quando ela estacionava o carro na porta de casa, no bairro de Itapuã, por volta das 18h30. Eles tomaram o veículo da vítima e a mantiveram no carro enquanto eram efetuados saques de dinheiro em caixas eletrônicos. 

Ao verificar o saldo bancário da vítima, Joel arquitetou a extorsão mediante sequestro, ficando a cargo de Júlio mantê-la em cárcere privado, primeiro no Motel Le Point, em Itapuã, depois numa casa situada na Praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador (RMS), alugada ao próprio Joel e a dois comparsas, neste caso, Leandro e Shirley.

Enquanto mantida em cárcere privado, a vítima foi alvo de reiteradas ameaças de morte feitas por Júlio, somente sendo liberada após o pagamento do resgate de R$ 35 mil. No processo consta que Leandro que conduziu o veículo da vítima e fez os saques. Já Shirlei, foi a responsável por buscar o pagamento do resgate.

As armas utilizadas na prática dos crimes pertenciam aos dois Joel e Júlio, que conseguiram fugir na ocasião. No entanto, Leandro, Shirley e Carlos Alberto foram presos em flagrante. Posteriormente o casal passou a responder pelos crimes em liberdade, até a justiça ter voltado atrás em 2018. O casal sentenciado pelo TJ-BA a 9 e 14 anos de prisão em regime fechado (Foto: Divulgação) Repercussão Jaguaripe é uma cidade com 891.345 km2 e tem uma população de aproximadamente 18.790 habitantes. É na Praia do Garcez que estão os dois empreendimentos do casal, ambientados no estilo rústico e cercados de muita área verde, um encontro do rio com o mar e quilômetros de praias semi-virgens. O mais badalado deles é a Pousada Paraíso Perdido, que possui suítes e chalés, além de restaurante e lojas. O estabelecimento já foi palco para apresentação de artistas baianos, como Jau, Banda Eva, Magary Lord, Pierre Onassis, dentro outros e já hospedou também atores globais. Para se ter ideia do tamanho do empreendimento, o espaço foi utilizado no réveillon de 2009 para Universo Paralelo, uma das maiores festas de eletrônica do país e que reuniu cerca de 17 mil pessoas.    Já na Pousada Aconchego das Águas a infraestrutura é um pouco menor. Segundo os moradores, nesse empreendimento, o casal é o principal sócio.