Um bandido morre e 5 são presos ao tentar roubar R$ 600 mil de carro-forte

Quadrilha, que usava fuzil de R$ 50 mil, atacou banco na Fazenda Grande do Retiro

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 15:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Alberto Maraux/SSP-BA

A pretensão era roubar os R$ 600 mil do carro-forte durante o abastecimento de caixas eletrônicos da agência do Bradesco da Fazenda Grande do Retiro, na manhã dessa quinta-feira (31). No entanto, a ação foi frustada por seguranças do veículo blindado que, posteriormente, desencadeou uma atuação rápida da polícia e a quadrilha terminou com um saldo de um morto, um ferido e quatro presos.

O bando, especializado em ataque a carros-fortes, vinha agindo em Salvador desde o ano passado e é responsável pelas ações no Shopping Itaigara (12/03/18),  Extra Vasco da Gama (2/10/18), Salvador Shopping (13/11/18) , Caixa Periperi (8/01/19) e Bradesco da Fazenda Grande do Retiro. Eles são todos baianos.

Durante o ataque de ontem, dois bandidos foram baleados quando tentavam tomar os malotes destinados ao abastecimentos de caixas eletrônicos - na hora, os criminosos trocaram tiros com seguranças do carro-forte que já estavam dentro da agência. 

Morto Os criminosos fugiram em dois carros e um dos bandidos foi deixado no Hospital Eládio Lassére, em Cajazeiras. Trata-se de Luís Augusto Barbosa Soares, baleado no peito por um tiro de escopeta calibre 12. Ele foi identificado através do alvará de soltura encontrado dentro de um Fiat Doblô deixado na fuga pela quadrilha no bairro de Bom Juá. Custodiado na unidade médica, Luís informou onde era o esconderijo da quadrilha. 

Policiais civis, militares e federais foram até uma casa em Jauá, localidade de Camaçari, Religião Metropolitana de Salvador (RMS). No imóvel, eles encontaram morto Samir de Jesus Silva, o Dapapita, líder da quadrilha."Ele também foi baleado no confronto com os seguranças. Foi deixado pelos demais acreditando que iriam socorrê-lo depois, mas não resistiu. Ele é um criminoso antigo, era o líder. Ele participou no confronto no ataque a uma empresa de segurança no Retiro, isso há dez anos", declarou o delegado Marcelo Sansão, diretor do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (DCCP) da Polícia Civil. Prisões Ainda na casa, os policiais apreenderam um acervo usado pelos bandidos: máscaras, roupas camufladas, munições, óculos, pistolas e um fuzil M4 556.

"Já estávamos atrás desta quadrilha desde a primeira investida em Salvador, em março do ano passado. Cruzamos informações com a Policia Militar e a Polícia Federal. Já havíamos mapeado todo o bando, o que facilitou a ação imediata de ontem, que foi muito importante para  impedir o fortalecimento deles. Um fuzil desses, por exemplo, custa R$ 50 mil no mercado informal", declarou o delegado.

Em seguida, as demais prisões se deram em poucos horas. Três deles foram capturados ainda em Jauá, perto do "QG" do bando. Foram eles:  Raian Nobre Borges, Vinícius Monteiro de Andrade e Ricardo Brandão Costa, o Surfista.  Fuzil foi apreendido com o grupo (Foto: Alberto Malraux/SSP/Divulgação) Segurança  A quarta e ultima prisão aconteceu em Lauro de Freitas. O segurança Florisvaldo Brandão Santos, o Quinho, foi preso ainda dentro do local de trabalho: uma empresa de segurança. Ele é irmão de Ricardo. Mas Florisvaldo não é o unico que tinha conhecimento dos procedimentos de segurança de empresas de transporte de valores. Vinicius Monteiro já trabalhou como segurança de carro-forte. Raian, Vinicius, Ricardo e Florisvaldo (Foto: Divulgação) "O que nos leva a crer o fato de a quadilha conhecer com detalhes todo o sistema de atuação de segurança das transportadoras de valores", declarou o delegado Marcelo Sansão.O delegado disse ainda que essa prática de ataques a carros-fortes é uma modalidade que se intensificou no ano passado. "Isso porque a polícia tem combatido mais os roubos contra as agências bancárias, o que fez as quadrilhas migrarem para os carros-fortes. De todas as 11 ações a carros-fortes, registrados em Salvador em 2018, já mapeamos todos os bandidos e estamos atuando", finalizou o delegado.

De acordo com Sansão, a modalidade é chamada de 'calçada' - quando os bandidos agem no momento do abastecimento ou retirada dos malotes. "Das ações registradas em Salvador em 2018, todas já tiveram os responsáveis identificados e nove delas foram solucionadas com a prisão dos autores", garantiu o diretor do Draco, delegado Marcelo Sansão.