Um bom lugar pra ler: ação distribui 1000 livros no metrô da Lapa

CCR Metrô Bahia diz que o projeto é uma formar de tornar a experiência no transporte mais agradável

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 20 de agosto de 2021 às 17:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Só há uma coisa no mundo que faça mais a cabeça de Davi Machado, 7 anos, do que sua bela e encaracolada cabeleira, por sinal, madeixas dignas de propaganda de shampoo infantil: livros. Talvez um dengo do pai, Paulo Roberto, também entrem na competição pelo posto, mas isso é prosa para outro verso. O fato é que nesta sexta (20), enquanto voltava para casa após consulta no médico, Davi recebeu um dos mil exemplares de livros que foram distribuídos gratuitamente na estação de Metrô da Lapa. Em bom baianês, Davi se armou.

Armamento de conhecimento, imaginação e todas as coisas boas que um livro pode oferecer. Diagnosticado com autismo em grau 1, Davi se tornou ainda mais próximo dos livros durante a pandemia do coronavírus, principalmente no período em que o confinamento era mais pesado. Por esse, e outros motivos, o papai ficou muito contente em receber mais um livro para a coleção do garoto."Eu e minha esposa incentivamos muito a leitura e Davi gosta muito. Nós dois também gostamos, então isso influencia. Achei essa ação maravilhosa. Na minha opinião, como pai, acho que falta incentivo de nós que somos pais. Quando se incentiva a ler, ajuda muito na vida social, profissional", disse o empolgado Paulo, que só interrompeu a entrevista para retribuir um sonoro "te amo, papai" dito por Davi.Escrito e coordenador do Grupo Projetos de Leitura, além de autor dos livros distribuídos, Laé de Souza afirmou que foi a primeira vez do projeto na Bahia. Antes, uma ação semelhante foi feita no metrô de São Paulo. Chegar aqui foi uma satisfação para Laé, baiano e jequieense.

Gestor de comunicação da CCR Metrô Bahia, Álvaro Brito afirma que o projeto é uma formar de tornar a experiência no transporte mais agradável e marcante para os clientes, incentivando a leitura, hábito que classifica como transformador.

Moradora do bairro de Itinga, Lorena Almeida garantiu que a viagem dela de uma ponta da Linha 1 até a outra da Linha 2 ficará mais ligeira com o livro que ganhou. Pessoa com deficiência visual, ela ganhou uma edição em braile de um dos livros de Laé.

"A biblioteca é estática e precisamos ir em busca dos leitores, dar a oportunidade para a pessoa pegar o livro. Um livro abre portas, depois de criar interesse em um, você vai para outro. O livro é caro e temos poucos leitores. Há mais de 20 anos faço projetos de leitura em praça pública. A leitura mudou minha vida e acredito que podem mudar outras", disse o autor.