Vamos confiar, sem mimimi: vai ter Copa e a Seleção de Tite, sim, na distante Rússia

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  • Miro Palma

Publicado em 6 de junho de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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“E lá vem mais, e lá vem mais. Olha a bola tocada! Virou passeio...”, ecoou a voz do narrador Galvão Bueno há quatro anos. E, depois disso, você prometeu nunca mais assistir a um jogo da Seleção. Com razão. Eu só não fiz o mesmo porque meu trabalho não permite. Vivemos um misto de raiva, decepção e frustração. Mas, aí tempo passou. Quatro longos anos de transformações. E chegamos a outra Copa do Mundo, dessa vez na fria e distante Rússia.

E você já não sente mais aquele rancor. Houve mudanças importantes no time. Saiu Felipão, entrou Dunga e agora, para a alegria de todos, temos Tite no comando. Ah, Tite, como é boa essa confiança que você nos passa à beira do campo. Ela é tão forte que – ouso dizer – hoje qualquer torcedor mais cético assinaria um papel em branco se você pedisse. Você personifica a esperança que, mesmo lá no fundo do coração, guardamos durante todo esse tempo.

E agora não dependemos unicamente de Neymar. Ainda precisamos muito dele, é um fato. Agora, me diga, qual a seleção que tem um craque extraordinário e não deposita todas as suas fichas nele? Nenhuma. Somos afortunados de tê-lo, como acontece na Argentina, de Messi, e em Portugal, de Cristiano Ronaldo. No entanto, também temos Gabriel Jesus, Roberto Firmino, Philippe Coutinho, Willian, Marcelo e por aí vai. Tá bom pra você?

Mas nem tudo são flores, você pensa. São não. Tá mais pra um jardim complexo com flores e espinhos essa nossa história e, principalmente, essa nossa relação com o futebol. Nesses últimos quatro anos, vimos o escudo da Seleção virar uniforme de grupos políticos e depois assistimos chocados – ou não – aos escândalos de corrupção da CBF. Sem falar no legado de elefantes brancos superfaturados que o Mundial anterior deixou por aqui. Só que isso aí não é o futebol. Isso é a interferência nociva de pessoas que não estão nem aí para o esporte.

O futebol é a torcida. A vibração de pessoas que, apesar de todas as suas diferenças, se reconhecem umas nas outras durante aqueles 90 minutos. É a renovação de enredos durante as disputas em campo de 22 atletas que viram heróis, vilões, heróis de novo. É o gol, a expressão máxima da euforia. Esse esporte é lazer, entretenimento e aprendizado. Isso aí é o futebol.

Então, caro amigo (a), baixe essa guarda. Compre aquela camisa verde e amarela que você quase levou da última vez que foi no shopping. É hora de perdoar o passado. Esse é o momento de virar a página do 7x1. Bote pra fora essa vontade de torcer pelo Brasil que é mais forte que você.

Pinte o chão da rua, encha a vizinhança de bandeirola. Compre corneta, apito, licor e o pandeiro. Coloque peruca e pendure a bandeira do Brasil na parede, na janela e no carro também. Bote a TV no lugar mais espaçoso da casa, reúna os amigos, a família. Se quiser, veja sozinho (a), no quarto ou no intervalo do trabalho. Deixe esse orgulho de lado, abrace esse torcedor que tem dentro de você, pois a partir da semana que vem começamos tudo de novo. Escreveremos uma nova página nesse livro que conta a história da Seleção que mais conquistou troféus. E tomara que dessa vez o título comece com a palavra “hexa”. De uma coisa vocês podem ter certeza: futebol tem hierarquia e a camisa amarela merece respeito. 

Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às quartas-feiras