'Vamos ter água limpa e tratada', diz líder comunitário sobre chegada do Novo Mané Dendê

Obra, que terá investimento de R$ 500 milhões, vai revitalizar canal e transformar espaço urbano da região

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  • Wendel de Novais

Publicado em 16 de abril de 2021 às 06:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

O Subúrbio Ferroviário será alvo de uma das maiores intervenções urbanas e sociais de Salvador, que vai promover obras de infraestrutura, saneamento, habitação e mobilidade em Itacaranha, Plataforma, Ilha Amarela, Rio Sena e Alto da Terezinha. É isso que garante a gestão municipal, que assinou nesta quinta-feira (15), através do prefeito Bruno Reis, a ordem de serviço do Novo Mané Dendê. 

A obra, que contará com investimento de R$ 500 milhões e tem estimativa de conclusão em três anos, será conduzida pelo Consórcio Novo Mané Dendê e vai entregar ainda áreas de convivência, um mercado popular e um centro cultural e comunitário.

O processo de reestruturação está dividido em quatro etapas e tem como objetivo a resolução de dois problemas da região: esgotamento sanitário e abastecimento de água. Na primeira fase, iniciada ontem, além das intervenções relacionadas aos principais objetivos, serão instaladas quatro novas praças, uma contenção de encosta em solo grampeado na Rua Pacaembu, em Ilha Amarela e uma nova via que margeia o Rio Mané Dendê, junto ao residencial Bellas Águas, por exemplo.

No evento virtual em que assinou a ordem de serviço e informou o início das obras, Bruno Reis fez questão de ressaltar a relevância da obra para o Subúrbio Ferroviário. “Se não fosse o coronavírus, estaríamos fazendo uma grande festa no Subúrbio porque, sem sombra de dúvidas, é a maior obra na história da região. Nunca em toda história houve um investimento da grandeza dessa intervenção na bacia do Mané Dendê. São investimentos de R$ 500 milhões que mudarão a vida dos moradores dos cinco bairros afetados diretamente”, afirmou o gestor.

A expectativa do prefeito é parecida com a de Rogério Silva, 40 anos, líder comunitário de Rio Sena. “É o que a gente espera, a comunidade quer isso. Ver o canal revitalizado, o saneamento básico instalado e as condições de vida melhoradas por aqui”, disse.

João do Fumaça, 39, líder comunitário de Itacaranha, vai na mesma linha. “O processo de uma obra dessa é uma coisa de outro mundo, um sonho pra nossa comunidade. A gente imaginar que vai ser tudo revitalizado, água limpa e tratada e pessoas ganhando residências em casas mais dignas é uma melhoria. Claro que, por morarem aqui há muito tempo, tem sempre uma polêmica sobre a realocação das famílias, mas é inegável que eles estarão em condições melhores”.

As famílias que residem em áreas de risco e nas linhas de drenagem serão reassentadas. Parte delas irá, nas próximas semanas, para 260 moradias do Residencial Novo Mané Dendê, construído em Ilha Amarela. 

Geração de empregos A iniciativa, que vai beneficiar diretamente 10 mil habitantes e outros 35 mil de forma indireta e contempla obras de infraestrutura, saneamento, habitação e mobilidade, tem investimento de R$ 110 milhões, que são provenientes de recursos próprios do município e de contrato de empréstimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em sua primeira etapa de execução.

Outro aspecto destacado pela prefeitura é que a obra contribuirá para a recuperação da qualidade ambiental da bacia e das águas do Mané Dendê e das cachoeiras de Oxum e Nanã, referentes paisagísticos, culturais e religiosos do Parque São Bartolomeu.

Haverá ainda 33 mil m² de área de lazer, resultando em 30 novas praças com dique, quadra poliesportiva, campos de terra e grama, parques infantis, equipamentos de ginástica, quiosques de convivência e comerciais, e 971 unidades habitacionais, sendo 260 unidades do Residencial Novo Mané Dendê e 711 construídas no decorrer das obras para as famílias que precisaram ser reassentadas.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro